O PSD entregou esta terça-feira um requerimento para ouvir no parlamento com urgência o Conselho de Administração da agência Lusa perante a “gravidade de diversos problemas” expostos por trabalhadores numa audição parlamentar.
O grupo parlamentar social-democrata justifica o pedido de audição com a “gravidade dos diversos problemas por que passa a Agência de Notícias Lusa, expressos hoje pela Comissão de Trabalhadores da Lusa, Conselho de Redação” e delegados sindicais do Sindicato dos Jornalistas (SJ), dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Centro-Sul e Regiões Autónomas (SITE CSRA) e dos Trabalhadores do Setor de Serviços (SITESE), no parlamento.
No dia 15 de março, os trabalhadores da Lusa, reunidos em plenário, aprovaram a realização de uma greve de quatro dias, entre 30 de março e 2 de abril, reivindicando “aumentos de salários dignos” após rejeitarem a proposta da administração.
Esta greve de quatro dias foi aprovada com votos a favor de 155 trabalhadores e uma abstenção.
Trabalhadores da Lusa rejeitam contraproposta da Administração e marcam greve
No mesmo dia, após o plenário, dezenas de trabalhadores da Lusa estiveram concentrados em frente à sede da empresa, em Lisboa.
No comunicado divulgado a anunciar esta concentração, os sindicatos representativos explicaram que o protesto visava reivindicar “aumentos salariais dignos”, depois de a administração ter feito uma proposta de atualização “bem abaixo do exigido”.
Os trabalhadores exigem 120 euros de aumentos salariais, o que equivale a um aumento médio de 10 euros por cada ano sem aumentos efetivos, mas a esta proposta a administração respondeu com 35 euros, verba que os sindicatos representativos consideram aquém do necessário para fazer face aos anos sem aumentos, ao agravamento do custo de vida e à importância da única agência de notícias em Portugal.
Os trabalhadores da Lusa rejeitaram a contraproposta num plenário realizado em 01 de março.
A Lusa tem cerca de 250 trabalhadores efetivos, aos quais acrescem dezenas de jornalistas avençados e à peça.
Trabalhadores da Lusa aprovam greve de quatro dias entre 30 de março e 2 de abril
Na última greve de quatro dias na Lusa, em 2012, a linha da Lusa encerrou, não havendo publicação de notícias.
O Estado é o principal acionista da Lusa, detendo 50,15% do capital da empresa, e, ao abrigo do contrato de serviço público, transfere para a agência cerca de 13,5 milhões de euros por ano.