Os trabalhadores da Lusa rejeitaram esta quarta-feira, em plenário, a contraproposta de valorização salarial apresentada pela administração, decidindo agendar uma greve para o final de março e organizar manifestações regulares.

“Os trabalhadores da Lusa, reunidos em plenário em 1 de março de 2023, rejeitaram por unanimidade a contraproposta apresentada pelo Conselho de Administração”, lê-se numa resolução, na qual indicam que vão avançar com novas formas de luta.

Na semana passada, a administração da agência de notícias apresentou aos sindicatos uma contraproposta, que prevê o aumento salarial de 35 euros, a ser efetuado em março e com retroativos a janeiro, a atribuição de um subsídio parental e o aumento das ajudas de custo internacionais para o máximo legal regulamento em 89,35 euros, acima dos 72,72 euros atualmente praticados.

O Conselho de Administração, presidido por Joaquim Carreira, propôs também a revisão e negociação do Acordo da Empresa (AE) no que se refere à tabela salarial, atualização de subsídios, revisão do sistema de diuturnidades e separação do processo de avaliação de desempenho do AE com novas regras.

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Por outro lado, quer incluir as dispensas pelo dia de aniversário no acordo e aumentar a dispensa pelo aniversário de descendentes para até 14 anos e durante um dia completo.

Os trabalhadores da Lusa consideram que a “informação fidedigna e de serviço público […] ditam que seja essencial que a Lusa mantenha padrões de respeito e valorização dos seus trabalhadores“.

Assim, decidiram agendar uma greve para o final de março, cujas datas e moldes vão ser definidos num novo plenário marcado para dia 15, e mandataram os seus representantes para se reunirem com o Governo, grupos parlamentares e Presidente da República, “no máximo até dentro de 15 dias”.

Os trabalhadores vão ainda encetar manifestações regulares para que o seu protesto se torne visível.

Numa nota distribuída aos trabalhadores antes do plenário, Joaquim Carreira defendeu não estar em causa a atualização salarial, mas “a dimensão da mesma para um orçamento reduzido”.

Conforme detalhou, “o orçamento da Lusa tem 250.000 euros para atualizações salariais que, deduzidos de diuturnidades, promoções e subsídio de alimentação, ficam em 160.000 euros”.

Segundo o mesmo documento, o impacto anual de 120 euros a mais no salário de cada trabalhador, que foi proposto pelas organizações representativas, gera um prejuízo de 440.000 euros.

Em 3 de novembro, os trabalhadores da Lusa aprovaram um caderno reivindicativo, que inclui um aumento mínimo de 120 euros nos salários, a atualização do subsídio diário de refeição, pago em cartão, para o valor máximo não tributável, a criação de um subsídio parental de 100 euros por cada filho/a, a ser pago juntamente com a retribuição do mês seguinte ao do regresso da licença parental, entre outros.