O diretor do TBA — Teatro do Bairro Alto, Francisco Frazão, foi reconduzido no cargo por mais três anos pelo conselho de administração da Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultual (EGEAC), confirmou esta quinta-feira o responsável pelo teatro lisboeta.
Contactado pelo Observador sobre o fim do seu mandato, Francisco Frazão revelou que a comissão de serviço, que terminava no final de 2022, foi prolongada por três anos, até dezembro de 2025, pela administração da EGEAC, empresa que gere espaços culturais em Lisboa, e que é desde agosto presidida pelo gestor cultural Pedro Moreira, com os vogais Susana Graça e Manuel Falcão.
Francisco Frazão descreve um “mandato atribulado”, que começou com um período de obras do edifício e uma inauguração “seis meses antes da pandemia”, destacando o facto de nem assim o TBA ter deixado de fazer programação online. Sobre a renovação no cargo, Frazão destaca a importância de “retomar ligações internacionais”, cumprindo “compromissos com artistas estrangeiros” e apostando em co-produções. “Acho que é muito importante para o tecido cultural de uma cidade não ser fechada sobre si própria. Oferecer a outros artistas e ao público outras maneiras de fazer”, frisa. Sobre números e público garante que “os últimos meses têm corrido bastante bem”, mas que “ainda é cedo para dizer se esta identidade [do TBA] está solidificada”. “Ainda há muita gente que confunde Teatro do Bairro [teatro que se localiza no Bairro Alto] com Teatro do Bairro Alto, que não sabe onde é, que não conhece, que não veio ainda. Ainda temos muito por onde conquistar mais interesse”, remata.
“Foi feita uma avaliação e demos continuidade”, confirma Pedro Moreira, presidente da EGEAC, ao Observador. “Os resultados [do TBA] são bons, pelo que não havia uma necessidade de avançar com concursos para já. A nossa ideia era não criarmos situações fraturantes”, justifica.
Francisco Frazão foi o candidato escolhido pela EGEAC, em 2018, para dirigir a sala que foi durante décadas, até dezembro de 2016, sede do Teatro da Cornucópia. A Câmara Municipal de Lisboa tomou posse do espaço depois da extinção da companhia de teatro fundada em 1973 por Luís Miguel Cintra e Jorge Silva Melo. O Teatro do Bairro Alto passou assim a fazer parte das salas municipais, no âmbito de um projeto de remodelação da rede. A autarquia avançou com um concurso público para a gestão e direção da sala, e Frazão foi o escolhido de entre 27 candidatos.
Licenciado em Línguas e Literaturas Modernas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Francisco Frazão integrou a comissão de leitura dos Artistas Unidos e foi programador da Culturgest na área do teatro entre 2004 e 2017.