Humza Yousaf foi escolhido para ser o líder do Partido Nacionalista Escocês (SNP) e, consequentemente, será o primeiro-ministro da Escócia, sucedendo assim a Nicola Sturgeon, faltando apenas uma votação nominal em Holyrood.

As eleições internas no partido aconteceram entre Humza Yousaf, ministro da Saúde, Kate Forbes, ministra das Finanças, e Ash Regan, ex-secretária para a Segurança Comunitária, sendo que, no frente a frente final, Yousaf conquistou 52% dos votos contra os 48% da adversária.

Esta terça-feira, o novo líder do SNP será sujeito a uma votação na assembleia regional de Holyrood para ser nomeado oficialmente primeiro-ministro e na quarta-feira tomará posse no Tribunal de Sessão em Edimburgo como chefe do governo escocês.

A meio de fevereiro, Nicola Sturgeon anunciou que ia abandonar a liderança do Governo regional da Escócia e do Partido Nacional Escocês (SNP), uma decisão inesperada e que obrigou o partido a arranjar um sucessor.

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Quem é o primeiro líder escocês de uma minoria étnica?

Filho de pai paquistanês e mãe queniana, também de origem asiática, Humza Yousaf é o primeiro líder escocês de uma minoria étnica, e o primeiro muçulmano a liderar um grande partido político no Reino Unido.

Eleito para o parlamento regional escocês em 2011, fez o juramento em inglês e urdu, o que repetiu em 2016 vestindo um ‘kilt’ (saia tradicional escocesa) e casaco sherwani para refletir a influência de ambas as culturas.

A proximidade com a antecessora fez dele o candidato da continuidade, especialmente na manutenção do acordo parlamentar com os Verdes escoceses.

Os apoiantes destacaram a capacidade de comunicação e experiência. Desde 2012, Yousaf ocupou vários cargos no governo escocês, incluindo Justiça, Transportes e Saúde.

Porém, Yousaf também foi criticado pelos crescentes problemas no sistema de saúde escocês e pela controversa lei sobre crimes de ódio que introduziu quando foi ministro da Justiça.

Humza Yousaf comprometeu-se a continuar a luta contra o veto por parte do governo britânico de uma lei controversa sobre a mudança do género.

Sobre a luta pela independência, argumentou durante a campanha que deveria ser alcançada através da defesa de valores progressistas e que o SNP deve falar mais da visão de independência do que dos aspetos técnicos, para convencer os eleitores hesitantes.

Nicola Sturgeon deverá apresentar formalmente a demissão como primeira-ministra ao Rei Carlos III nas próximas horas.

Na terça-feira, o novo líder do SNP será sujeito a uma votação na assembleia regional de Holyrood para ser nomeado oficialmente primeira-ministro e na quarta-feira tomará posse no Tribunal de Sessão em Edimburgo como chefe do governo escocês.

Sturgeon, de 52 anos, anunciou a demissão inesperadamente em meados de fevereiro após oito anos como líder do partido e chefe do governo autónomo da Escócia, invocando o “impacto físico e mental” sofrido nos últimos anos.

A eleição interna no SNP abriu cisões no interior do partido sobre a estratégia política e o legado de Sturgeon, até agora popular entre a maioria dos escoceses.

O SNP detém atualmente 64 dos 129 lugares no parlamento escocês e governa em coligação com os Verdes muito mais pequenos. É também o terceiro partido mais votado a nível nacional, com 45 deputados.

Porém, tem vindo a perder filiados, cujo número caiu de mais de 100.000 para cerca de 70.000 no ano passado.

A eleição para liderança também fez descer nas sondagens os níveis de apoio ao SNP e ao referendo sobre a independência, que o partido tem como principal ambição.

Os eleitores escoceses votaram para permanecer no Reino Unido num referendo de 2014, mas o SNP quer uma nova votação por discordar com o ‘Brexit’.

Todavia, o governo central recusou-se a autorizar um segundo referendo, e o Supremo Tribunal do Reino Unido decidiu que a Escócia não pode realizar um sem o consentimento de Londres.