Difícil de explicar, tendencialmente injusto, quase injustificado. O momento em que Lionel Messi foi assobiado em pleno Parque dos Príncipes no passado domingo, dia em que o PSG perdeu com o Lyon e sofreu a segunda derrota consecutiva na Ligue 1, causou uma surpresa generalizada. Messi, acabado de conquistar o Mundial, tido como o melhor jogador de sempre, dono de um legado insubstituível, estava a ser assobiado pelos próprios adeptos — e o episódio pode ser apenas mais um empurrão para o argentino deixar Paris.

De acordo com a RMC Sport, o jogador de 35 anos já tomou uma decisão quanto ao próprio futuro e não vai ficar no PSG na próxima temporada. De recordar que o contrato de Messi termina no fim da época, sendo que o vínculo assinado pelo argentino prevê a possibilidade de renovação por mais um ano depois de junho de 2023 — uma cláusula que, porém, só pode ser acionada pelo próprio jogador.

Segundo a rádio francesa, as conversações entre Messi e o PSG com vista à tal renovação não terão chegado a bom porto: o clube pretende uma redução salarial de 25% para cumprir o fairplay financeiro e o jogador, para além de não aceitar o milionário corte, exigiu maiores garantias de que os franceses vão lutar ativamente pela conquista da Liga dos Campeões na próxima temporada. Condições que envolvem a mudança de treinador, com o despedimento de Christophe Galtier no fim da época, e a contratação de nomes de topo que possam subir o nível exibicional da equipa. E condições que, à partida, o PSG não está disponível para assegurar nestes termos.

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Os assobios ouvidos no fim de semana no Parque dos Príncipes terão sido mesmo a gota de água para Lionel Messi, que não se sente querido no clube. Do outro lado, segundo o L’Équipe, o PSG também não está satisfeito com a entrega e o compromisso do argentino, considerando que este nunca se enquadrou com os parâmetros dos franceses — ainda que, esta temporada, tenha já 18 golos e 17 assistências em 33 jogos realizados em todas as competições. Um dos principais apologistas da saída de Messi tem sido Thierry Henry, antigo internacional francês e antigo avançado do Barcelona.

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“Messi tem de voltar ao Barcelona, por amor ao futebol. E isto não é uma informação, é um desejo. Não saiu do clube como deveria ter saído e as lágrimas na despedida demonstram isso mesmo. É vergonhoso ouvir os assobios no Parque dos Príncipes. Não se pode assobiar um dos melhores jogadores da equipa, que tem 13 golos e 13 assistências no Campeonato. Não é fácil conduzir uma orquestra com três maestros [Messi, Mbappé e Neymar]. Na Argentina, ele é o chefe. Todos vêem como os outros jogadores da Argentina olham para Messi, morreriam por ele! Quando sente isso, ninguém pode pará-lo. No PSG é diferente”, disse o agora comentador, fortalecendo a ideia de que o Barcelona está mesmo a posicionar-se para recuperar o jogador argentino.

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