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A moda do hat-Trinkão a evitar a tendência bipolar para o hara-kiri (a crónica do Casa Pia-Sporting)

Este artigo tem mais de 1 ano

Pote mostrou de novo que é a grande mais valia dos leões, Casa Pia foi "traído" por expulsão de Felippe Cardoso e Trincão sacou três coelhos da cartola para fazer a festa num domingo de Páscoa (3-4).

Francisco Trincão conseguiu no Jamor a melhor exibição pelo Sporting, marcando o primeiro hat-trick da carreira
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Francisco Trincão conseguiu no Jamor a melhor exibição pelo Sporting, marcando o primeiro hat-trick da carreira

DeFodi Images via Getty Images

Francisco Trincão conseguiu no Jamor a melhor exibição pelo Sporting, marcando o primeiro hat-trick da carreira

DeFodi Images via Getty Images

“Eu disse que até o meu filho que tem quatro anos percebe que há uma equipa que tem mais pontos, há outra que está em segundo lugar. Se esta perder… Não é uma preferência clubística, é o ABC. O impacto do que aconteceu em Barcelos foi negativo. Se houver sempre esse sentimento, é bom sinal nas equipas grandes. Tivemos tudo para ganhar e não ganhámos. Tivemos uma série boa e vimos de um ano difícil. Temos noção disso. Temos de vencer os nossos jogos todos porque temos essa capacidade. Se o empate em Barcelos teve impacto negativo? Sim, mas o clássico não teve impacto nenhum, a maior parte dos jogadores penso que não viu o clássico. O que teve impacto foi o empate em Barcelos. Agora é um dia diferente, um jogo diferente e temos de ganhar e melhorar em todos os pontos em que fomos menos bons em Barcelos”.

Sporting vence Casa Pia em jogo de loucos no Jamor com sete golos e um hat-trick de Francisco Trincão

O Totobola de Rúben Amorim na 27.ª jornada em relação aos encontros que mais diretamente lhe diziam respeito tinha saído completamente ao lado. Dava jeito ao Sporting o FC Porto perder o clássico para haver uma aproximação ao segundo lugar, o FC Porto ganhou. Dava jeito ao Sporting o Sp. Braga ceder pontos na receção ao Estoril para esboçar uma chegada à terceira posição, o Sp. Braga ganhou. Agora, quase como um mínimo dos mínimos na ronda, surgia uma deslocação ao Jamor para defrontar o Casa Pia que tinha margem de erro zero olhando ainda para essa possibilidade de entrada na Liga dos Campeões tendo em vista também o próximo encontro europeu em Turim, frente à Juventus, a contar para a primeira mão dos quartos da Liga Europa. Tão ou mais importante, os leões queriam apagar o nulo em Barcelos que quebrou aquela que estava a ser a melhor série da época e onde o ataque não acompanhou a estabilidade defensiva.

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“Precisamos de vencer o jogo e de manter a nossa consistência. Temos de melhorar em alguns aspetos que já se mantêm há algum tempo. O de falhar muitos golos… Falhámos o último passe para depois termos tudo aberto. Não conseguimos e pagámos isso caro. O Gil Vicente joga muito bem e não os deixámos criar nada. Temos de dar sumo ao nosso jogo. A frustração não desaparece, é impossível desaparecer, temos de ter essa noção. É impossível não ter frustração. Só quem não quer vencer é que não pode estar frustrado com o que se passou em Barcelos. Acho que se nota que ainda estou. Vamos melhorar, agora é olhar em frente. Temos de ganhar bem e não deixar o Casa Pia, uma equipa forte em casa, criar situações”, frisara o técnico.

Sem voltar a contar com Paulinho, que continua longe dos trabalhos no relvado, e com Chermiti a ser a única opção ofensiva pura para a posição ‘9’ no plantel (Rodrigo Ribeiro apareceu mas não teve depois a mesma continuidade, o Sporting teria de resolver o problema no ataque não só a nível de golos marcados mas também na criação de oportunidades sem falhar tanto no penúltimo passe como acontecera em Barcelos. E esse era mais do que um desafio – era uma necessidade. Uma necessidade para acalentar ainda a esperança de poder aos cinco pontos de atraso em relação ao Sp. Braga e aos sete face ao FC Porto ficando a faltar sete jornadas, uma necessidade para não condicionar de novo toda a preparação de uma temporada tendo em conta a importância que representar a entrada numa fase de grupos da Champions a nível financeiro.

“Tudo é possível e tudo pode mudar. Empatámos em Barcelos dominando o jogo. Tudo pode acontecer. Vamos fazer um resumo da época, mas estou farto de fazer contas. O nosso objetivo é vencer o Casa Pia e depois passar para a competição seguinte. Usar todos os treinos para melhorar. O que acontecer esta época não vai mudar o que aconteceu até aqui. Temos de olhar para títulos. Temos de estar muito frustrados e não se pode repetir. Isso está muito claro na cabeça de toda a gente no Sporting. Não vou fazer mais contas nenhumas, só aos golos que marcamos e sofremos. Só quero vencer o Casa Pia”, salientara Rúben Amorim.

E foram muitas as notas que o técnico verde e branco tirou, numa exibição que em 90 minutos mostrou tudo o que de bom e de mau o Sporting fez ao longo da temporada entre os sinais preocupantes que a defesa voltou a deixar após uma aparente estabilização e a melhor prestação de Francisco Trincão desde que chegou a Alvalade. Pedro Gonçalves, mais uma vez, voltou a ser o grande impulsionador da equipa com um golo e duas assistências que o colocam já com um total de 18 golos e 11 assistências (segunda época consecutiva com dois dígitos em ambos) mas foi o esquerdino a sacar três coelhos da cartola entre o golo mais rápido do Campeonato e o 4-3 decisivo a cinco minutos do final para um hat-trick que evitou uma estranha tendência para o hara-kiri que o Sporting mostrou e que terá outro final com equipas como a Juventus.

Ficha de jogo

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Casa Pia-Sporting, 3-4

27.ª jornada da Primeira Liga

Estádio Nacional, em Lisboa

Árbitro: Fábio Veríssimo (AF Leiria)

Casa Pia: Lucas Paes; João Nunes, Fernando Varela, Zolotic; Derick Poloni (Léo Bolgado, 81′), Afonso Taira (Kuni, 81′), Neto, Leonardo Lelo; Diogo Pinto (Felippe Cardoso, 56′), Soma (Cuca, 71′) e Rafael Martins (Clayton, 71′)

Suplentes não utilizados: João Victor, Ricardo Batista, Eduardo Ferreira e Tchamba

Treinador: Filipe Martins

Sporting: Adán; Diomande (St. Juste, 46′), Coates, Matheus Reis (Gonçalo Inácio, 46′); Ricardo Esgaio (Arthur, 68′), Ugarte, Pedro Gonçalves Nuno Santos (Rochinha, 85′); Marcus Edwards, Francisco Trincão e Chermiti (Morita, 46′)

Suplentes não utilizados: Franco Israel, Fatawu, Bellerín e Tanlongo

Treinador: Rúben Amorim

Golos: Francisco Trincão (1′, 39′ e 85′), Rafael Martins (8′), Soma (45+1′), Pedro Gonçalves (48′) e Felippe Cardoso (62′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Felippe Cardoso (59′ e 64′) e Cuca (74′); cartão vermelho por acumulação a Felippe Cardoso (64′)

O início não poderia ter sido melhor, numa altura em que centenas de pessoas (na larga maioria adeptos do Sporting) faziam ainda fila para entrar no Estádio Nacional. Naquele que foi um dos golos mais rápidos da presente edição da Liga, os leões conseguiram ganhar a bola na zona de meio-campo por Ugarte, Pedro Gonçalves acelerou pelo corredor central, assistiu Francisco Trincão e o internacional português trabalhou bem na área para rematar de pé direito para o 1-0 com apenas 18 segundos de jogo. Aquilo que falhara em 90 minutos com o Gil Vicente conseguiu em menos de um. Aquilo que conseguira em 90 minutos com o Gil Vicente falhou em pouco mais de cinco: na sequência de um cruzamento da direita, Sato assistiu Rafael Martins, Coates teve uma abordagem falhada e o brasileiro rematou cruzado para o empate que quebrou uma série de cinco encontros seguidos sem sofrer dos leões num lance bem revertido pelo VAR (8′).

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do Casa Pia-Sporting em vídeo]

Quando tinha todas as condições para poder fazer o jogo que mais lhe convinha tendo em conta a partida em Turim na próxima quinta-feira, o Sporting voltou a cair na sua própria armadilha dos erros individuais que pareciam estar de vez arredados do caminho leonino mas que voltou para atrapalhar uma partida que podia ter ficado facilitada. Mas não foi só o 24.º golo sofrido, mais do que em todo o último Campeonato, o único problema a partir daí: com bola, voltaram os penúltimos passes falhados e a incapacidade de aproveitar os espaços que se iam abrindo na defesa contrária com a mobilidade das unidades da frente; sem bola, houve erros nas transições que permitiram ao Casa Pia esboçar saídas que não tiveram depois finalização. Assim, e durante 25 minutos, houve um remate de Soma para defesa de Adán (17′), uma jogada em que Nuno Santos procurou Chermiti na profundidade para passar Paes mas não conseguir encostar (20′) e pouco mais.

No entanto, a história da primeira parte estava longe de ficar contada, de novo com a melhor e a pior versão do Sporting a ficarem separadas por alguns minutos. No seguimento de um período de maior insistência junto da área dos gansos, Ricardo Esgaio fez um passe lateral para Francisco Trincão que, descaído sobre a direita, recebeu de forma orientada e rematou de forma seca para o 2-1 (39′); no primeiro e único minuto de compensação dado na metade inicial, Lelo conseguiu de novo ganhar espaço pela esquerda, cruzou para corte de Matheus Reis, Adán defendeu o remate de ressaca de Diogo Pinto mas Soma, na pequena área, foi mais rápido do que Nuno Santos e fez o empate (45+1′). Num jogo com apenas sete faltas, surgia o quarto golo. E, mais uma vez, o Sporting desperdiçava a possibilidade de fazer uma outra gestão em vantagem.

Num misto entre descontentamento pelo que se passou em termos defensivos no primeiro tempo e já um início de preparação do que pode ser o encontro em Turim frente à Juventus, Rúben Amorim fez logo três alterações ao intervalo lançando em campo St. Juste, Gonçalo Inácio e Morita e abdicando de ter Chermiti como referência ofensiva. Mais uma vez, logo no arranque, apareceu o golo: grande toque de Trincão de calcanhar para Morita, progressão com assistência para Pedro Gonçalves e trabalho na área para o melhor marcador dos verde e brancos até ao remate para o 3-2 (48′). Com uma forma de jogar mais móvel a testar soluções também para a ausência de Ugarte na Liga Europa, o Sporting tinha mais um “desafio”: conseguir à terceira gerir uma vantagem no marcador que permitisse a tal reaproximação ao terceiro lugar.

Mais uma vez, falhou. Mais uma vez, foi ainda pior a nível de posicionamentos defensivos, deixando que o Casa Pia marcasse de forma rápida uma falta para Rafael Martins receber na esquerda, Lelo fazer o centro sem que nenhum dos centrais conseguisse fazer o corte e Felippe Cardoso, sozinho, batesse Adán para o 3-3 (62′). No entanto, e também com o avançado brasileiro como protagonista, algo iria mudar o rumo do jogo: já depois de ter um amarelo por uma entrada perigosa no tornozelo de Coates, o jogador que tinha entrado na segunda parte atingiu Pedro Gonçalves na cara com o braço e foi expulso por acumulação (64′).

Começava aí o festival Lucas Paes, com as primeiras duas grandes intervenções a travarem um remate isolado na área de Marcus Edwards após assistência de Morita (72′) e um desvio para a própria baliza de Fernando Varela (75′). Também Coates já começava a aparecer mais na área do Casa Pia, tendo em conta o número de bolas paradas que iam sendo ganhas pelos leões e, como sempre, o maior flagelo do plantel verde e branco: não ter avançados que possam entrar para fazerem a diferença no jogo aéreo. E, mesmo sem tocar na bola, o central uruguaio acabou por ter influência no momento que iria decidir em definitivo a partida, ao arrastar consigo um dos defesas do Casa Pia para Trincão aparecer nas suas costas na área e responder da melhor forma ao cruzamento largo de Pedro Gonçalves na esquerda que lhe valeu o hat-trick (85′).

 
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