As greves na CP — Comboios de Portugal levaram ao cancelamento de 195 comboios entre os 1.087 previstos até às 19h00 desta segunda-feira, adiantou fonte oficial da empresa.

De acordo com o último balanço, enviado à Lusa, foram assim efetuados 892 comboios, enquanto 17,9% dos previstos foram suprimidos.

A maior percentagem de cancelamentos (29%) verificou-se no serviço regional, com 184 comboios efetuados dos 259 previstos. No serviço de longo curso, foram suprimidos 11 comboios e circularam 54. Por sua vez, 15,3% (79) dos 518 urbanos de Lisboa programados não se realizaram.

Até às 19h00, foram efetuados 24 comboios urbanos de Coimbra e quatro foram suprimidos. Entre os urbanos do Porto agendados (217), 26 (12%) foram suprimidos e circularam 191.

Depois de vários dias, a greve na CP e na Infraestruturas de Portugal (IP) é agora a partir da oitava hora de serviço.

Além disso, até final do mês, “na CP, os trabalhadores cujo período normal de trabalho abranja mais de três horas durante o período compreendido entre as 00h00 e as 5h00, entrarão em greve a partir da sétima hora de serviço” e, entre 10 e 30 de abril, na IP, “os trabalhadores cujo seu período normal de trabalho abranja mais de três horas durante o período compreendido entre as 00h00 e as 05h00, entrarão em greve a partir da sétima hora de serviço”.

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Estas greves foram decretadas por uma plataforma de sindicatos composta pela ASCEF – Associação Sindical das Chefias Intermédias de Exploração Ferroviária; o SINFB – Sindicato Nacional dos Ferroviários Braçais e Afins; o SINFA – Sindicato Independente dos Trabalhadores Ferroviários, das Infraestruturas e Afins; o FENTECOP – Sindicato Nacional dos Transportes Comunicações e Obras Públicas; o SIOFA – Sindicato Independente dos Operários Ferroviários e afins; a ASSIFECO – Associação Sindical Independente dos Ferroviários de Carreira Comercial e os STF – Serviços Técnicos Ferroviários.

Também o Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ) anunciou uma nova greve na CP, durante todo o mês de abril, face à “atitude de desconsideração” de que acusa a empresa.

Entre as reivindicações dos trabalhadores estão “aumentos salariais efetivos”, a “valorização da carreira da tração” e a melhoria das condições de trabalho nas cabines de condução e instalações sociais e das condições de segurança nas linhas e parques de resguardo do material motor.

Ainda reclamada é uma “humanização das escalas de serviço, horas de refeição enquadradas e redução dos repousos fora da sede”, um “efetivo protocolo de acompanhamento psicológico aos maquinistas em caso de colhida de pessoas na via e acidentes” e o “reconhecimento e valorização das exigências profissionais e de formação dos maquinistas pelo novo quadro legislativo”.

*Notícia atualizada às 20h13 de 10 de abril de 2023