Olhando para um dos poucos pontos positivos, a história da Taça dos Clubes Campeões Europeus/Liga dos Campeões consegue encontrar dois exemplos para dar esperança ao Benfica em Milão: o Ajax de 1968/69 e o Manchester United de 2918/19. O que fizeram? Partindo com uma desvantagem de dois golos na primeira mão, ainda conseguiram dar a volta – sendo que, no caso dos neerlandeses, a “vítima” até acabou por ser a própria equipa encarnada. No entanto, à parte deste dado histórico que pode acalentar a esperança de uma reviravolta frente ao Inter na partida da próxima semana, são vários os pontos que o conjunto de Roger Schmidt terá de corrigir para poder ainda lutar por uma vaga nas meias-finais da Champions.

O motor gripou e o mecânico Schmidt demorou outra vez a perceber (a crónica do Benfica-Inter)

Há um ano que o Benfica não sofria duas derrotas consecutivas em casa, desde outubro de 2021 que não averbava dois desaires seguidos na Luz. Se em 45 encontros em 2022/23 os encarnados tinham apenas perdido por uma vez (em Braga para o Campeonato), agora consentiu duas derrotas com FC Porto e Inter, sendo que pela primeira ocasião ficou em branco na Luz com Roger Schmidt e pela primeira vez também perdeu na atual Liga dos Campeões ao 13.º encontro. Mais: há 17 partidas que as águias marcavam sempre na Europa, em mais uma série que chegou ao fim depois do 2-0 com os transalpinos. Esta foi apenas a terceira vez que o Benfica consentiu uma derrota na primeira mão de uma eliminatória europeia por 2-0, sendo que nas duas anteriores, com Fiorentina (1996/97) e Liverpool (2021/22) não conseguiu dar a volta.

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“Foi um jogo duro. Acho que ambas as equipas tiveram as suas chances para marcar. Não aproveitámos as nossas, infelizmente. Continuámos no jogo, os jogadores deram tudo. Criámos bons momentos mas sofremos o segundo golo de penálti. É essa a história do jogo”, começou por comentar Roger Schmidt na zona de entrevistas rápidas da Eleven Sports, antes de abordar também os critérios do árbitro Michael Oliver.

“Perder em casa claro que não é perfeito mas é apenas o intervalo da eliminatória. Temos sempre de acreditar em nós mesmos. Tivemos os nossos momentos. Houve azar no penálti, podíamos ter tido um ou dois a nosso favor… Eles foram mais eficazes do que nós e agora é tentar na próxima semana fazer o mesmo. Substituições? Foi a minha decisão. Os jogadores que estiveram em campo estiveram bem, no final tivemos uma grande chance. Sempre acreditei nos jogadores, foi uma decisão minha”, explicou o alemão que, já de saída desse espaço, mostrou-se confiante na reviravolta: “Se podemos ganhar em Milão? Of course…”.

“Já disse algumas vezes que não somos invencíveis, por vezes perdemos. Tentamos jogar o nosso melhor e vencer todos. Jogamos sempre contra equipas muito boas nesta competição, por vezes são mais eficientes que nós e vencem estes jogos. Agora estou preocupado com o jogo de Chaves, temos de recuperar, olhar para o futuro, os jogadores estão um pouco desiludidos, deram tudo, temos de ir passo a passo como temos feito esta época. Não tento olhar para daqui a 15 dias. Temos de vencer em Chaves e é nisso que estou concentrado”, referiu depois na conferência. “Substituições? Podemos fazer cinco substituições, mas não é obrigatório. Os que estavam em campo estavam a criar perigo, podiam marcar. Não queria tirar o Rafa nem o João Mário. No fim quase marcam. Foram as minhas decisões”, acrescentou ainda o técnico alemão.