Manuel Beja, chairman da TAP, desvia as atenções da Presidência da República sobre o pedido para mudar voos de Moçambique porque Marcelo de Rebelo de Sousa queria ficar mais dias no país.
Para o chairman, “o canal habitual” de pedidos de agências de viagens eram tratados pela sua assistente pessoal. Quando recebeu pedido comentou com Christine Ourmières-Widener. “O que sempre dissemos e estivemos sempre alinhados é que a operação da TAP estava em primeiro lugar”.
E por isso ficaria incrédulo que “pudesse ser pedido do Presidente”. E reafirmou que “não tinha saído da Presidência ou do Presidente e caiu em saco roto”.
Garante, por outro lado, não ter “consciência de nenhum pedido feito pela Presidência ou membro do governo com estas características exceção deste que foi feito pela agência de viagens”.
Para Manuel Beja, separa pedidos de mudanças de voos entre “legítimos e ilegítimos”. “Este sendo ilegítimo”, atirou, para dar um exemplo de um legítimo: inúmeros embaixadores e até membros do governo pedindo para estabelecer rotas entre TAP e determinados países. “É legitimo, em todos ou quase todo não demos sequência”.
Também revelou um pedido para um upgrade por parte de um governante membro dos PALOP, através de uma pessoa do seu staff. “Primeiro a minha secretária negou pedido e num segundo momento eu dei nega a esse pedido”.
A Iniciativa Liberal revelou, na audição a Christine Ourmières-Widener, que havia um mail de Hugo Mendes, ex-secretário de Estado das Infraestruturas, à CEO, dizendo que devia alterar o voo, já que Marcelo era um aliado, mas que poderia transformar-se num pesadelo. O voo não foi alterado.
António Costa já fez saber que se tivesse sabido desse pedido de Hugo Mendes à CEO teria sido demitido na hora.
Costa diz que e-mail de Hugo Mendes sobre voo de Marcelo é “gravíssimo” e levaria a demissão na hora
Já a presidência garante que não fez qualquer pedido, e que a iniciativa terá partido da agência de viagens.