O ministro dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, Joseph Wu, defendeu esta quarta-feira que os recentes exercícios militares realizados pela China em redor da ilha indiciam que o gigante asiático está “preparado para lançar uma guerra” contra Taipé.

A chamada de atenção foi expressa numa entrevista ao canal de televisão norte-americano CNN, em que Wu sustentou que as autoridades chinesas “parecem estar a preparar-se para um conflito”.

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“Se olharmos para essas manobras militares, vemos que está a tentar lançar uma guerra. O Governo [de Taipé] vê o Exército chinês como uma ameaça que não pode ser aceite. Condenamo-lo por isso”, declarou Wu, acrescentando que os dirigentes chineses “terão que pensar duas vezes antes de usar a força contra Taiwan”.

“Não importa se for em 2025 ou 2027 ou mesmo mais tarde. Taiwan deve estar sempre pronto para tudo”, frisou.

Durante os exercícios militares desta semana, que decorreram entre sábado e terça-feira, a Marinha chinesa realizou ataques simulados com caças instalados em porta-aviões.

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As manobras ocorreram um dia depois de a chefe de Estado de Taiwan, Tsai Ing Wen, regressar ao país após uma visita de dez dias a países da América Central e de uma deslocação aos Estados Unidos, onde se encontrou com o presidente da Câmara dos Deputados, Kevin McCarthy, assim como com outros congressistas locais.

Pequim descreveu os exercícios como um claro “alerta às forças separatistas taiwanesas e àqueles que procuram interferir nos assuntos internos do país” e reiterou a importância de “defender a soberania nacional e a integridade territorial”.

Quando questionado sobre o custo político da visita de Tsai Ing Wen aos Estados Unidos, Wu acrescentou que a China “não pode ditar a forma como Taiwan faz amigos”.

“A China também não podem ditar o apoio que nos desejem dar”, acrescentou.

À medida que sobem as tensões entre a China e os Estados Unidos sobre Taiwan, o presidente norte-americano, Joe Biden, indicou que Washington defenderá a ilha através da via militar, “se necessário”, embora tenha enfatizado que adere ao princípio “uma só China”.