Continuam as ondas de choque às acusações de assédio sexual dirigidas contra Boaventura de Sousa Santos. A socióloga e investigadora chilena Claudia Dides decidiu cancelar a presença num debate em que o conhecido diretor emérito do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra ia participar em Santiago do Chile.

Numa publicação na sua conta pessoal do Twitter, Claudia Dides explicou que decidiu não participar na mesma redonda “Epistemologias do Sul”, organizado pela Feira do Livro das Ciências Sociais, por conta das “acusações contra o professor Boaventura de Sousa Santos”. 

O debate, que terá lugar esta sexta-feira às 11h00 (mais cinco horas em Lisboa), contará com a presença dos doutorados em comunicação Carlos del Valle e Mauro Salazar e ainda com o académico e investigador Carlos Ossa.

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A publicação foi comentada por vários utilizadores das redes sociais, muitos dos quais saudaram a decisão da socióloga. No entanto, a conta da revista portuguesa universitária Minerva criticou Claudia Dides, questionando a investigadora se acusações “não provadas são culpa”. “Cheira a fascismo.”

Boaventura de Sousa Santos está em Santiago de Chile, onde participa na feira do livro. Foi naquela cidade que escreveu um comunicado em que diz ser vítima de um “ato miserável de vingança institucional e pessoal”. 

Alegações de assédio. Boaventura de Sousa Santos diz-se vítima de “ato miserável de vingança” e avança com queixa-crime por difamação

Embora o seu nome nunca tendo sido mencionado, o professor catedrático foi acusado por três investigadoras no livro “Sexual Misconduct in Academia”. Surgiram-se depois várias denúncias, a última pela ativista indígena, Moira Millán.

Moira Millán, a indígena argentina que acusa Boaventura de tentativa de abuso: “Ele que me olhe na cara, nos olhos, e negue o que me fez”