Algo iria acontecer. Uma conferência marcada para um domingo depois da vitória em Paços de Ferreira, a presença de Pinto da Costa, um tema ainda por desvendar. Quando chegou o anúncio, as primeiras palavras que surgiram logo à memória foram as do presidente do FC Porto, que quando anunciou a renovação de Toni Martínez por mais duas temporadas prometeu mais novidades em relação a essas pastas em breve. Demorou um par de dias e com um nome que todos os anos se torna mais eterno: Pepe assinou até junho de 2024, prolongando esta segunda passagem pelo clube que começou em janeiro de 2019 e que tivera antes mais três anos entre 2004 e 2007. Ao todo, o central conquistou 12 títulos pelos dragões, entre quatro Campeonatos, três Taças de Portugal, três Supertaças, uma Taça da Liga e uma Taça Intercontinental há quase 20 anos.

“É com muito prazer que no dia em que completo 41 anos de presidente vejo o nosso capitão, que já é general, assinar mais um contrato com o FC Porto. Na minha primeira campanha eleitoral, quando um jornalista me interrogou que o meu programa era impossível, devido à ideia do rebaixamento do estádio e à ambição de somar uma conquista europeia, eu disse que o impossível só demora mais tempo. Parecia impossível que um atleta de 40 anos renovasse contrato com mérito, por aquilo que vale e joga no presente. Não foi impossível, só durou 40 anos. Tinha a certeza que íamos fazer contrato e, se calhar, não é o último. Provas no campo e no dia a dia que além de capitão és um exemplo e um companheiro para quem tem o gosto de privar contigo no balneário. Esta renovação é por justiça e mérito e não pela amizade que tenho por ti. Desejo-te maiores felicidades, tens muitos triunfos na tua carreira e espero que ainda este ano tenhas mais e que no próximo ano continues a somar. És um exemplo para todos os que trabalham no FC Porto”, frisou Pinto da Costa, presidente dos azuis e brancos, nas primeiras declarações após o anúncio da renovação.

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40 anos, 40 histórias: Pepe, o central com nome de astrónomo que entre excessos fez do futebol uma ciência

“Melhor momento aqui do Pepe? Vinha-me à cabeça a vida dele do primeiro ao último momento. Todos os momentos são iguais a ele mesmo: a dar o máximo, com grande carácter e lealdade. Escolher um momento bom só é impossível. Se fosse um mau eu teria que pensar, mas momentos bons são todos. Maior figura do FC Porto? O Pepe é uma figura maior da história do FC Porto, não posso dizer que é o número 1, 2 ou 3. Na história do FC Porto há vários nomes que ficam na história. Ele fica na história, na história do FC Porto. Pepe é um deles, há muitos nas mais variadas gerações. Desde que vejo futebol vi sempre jogadores que ficaram na história do FC Porto, o Pepe é um deles”, acrescentou ainda o presidente dos dragões.

“Estou muito nervoso porque, como o presidente disse, é um contrato que significa muito para mim. Muitos poderiam duvidar da minha capacidade apesar dos 40 anos, mas eu como jogador e como pessoa costumo sempre dizer que sou muito honesto. Devo muito ao FC Porto e não queria desiludir presidente, pessoas, clube, treinadores e companheiros. Queria agradecer-lhes por me ajudarem a ser melhor a cada dia, agradecer ao clube por fazer de mim melhor como jogador, pessoa e como pai, porque aprendi aqui valores que só quem passou por aqui sabe o que o presidente transmite para os restantes empregados, como eu me considero empregado do clube, pessoa que luta por estas cores, por esta região. Tenho alguns títulos pelo clube, todos são muito especiais para mim, porque é um clube e cidade que adoro e espero poder este ano contribuir com o meu trabalho para poder alcançar mais títulos e, se Deus quiser, no ano que vem dar uma continuidade vitoriosa que estamos a ter neste momento”, comentou o central após a renovação.

“Procuro ser muito honesto comigo próprio e depois com os que apostaram em mim, o FC Porto, presidente e o meu treinador. A minha exigência é muito grande comigo mesmo e para estar num clube com o FC Porto tem de haver essa exigência. Sempre disse: se achar que estou capaz de estar nessa exigência, falaria com o presidente para deixar clara essa disponibilidade. E assim foi, entrámos num ano com muitos sonhos, muitos títulos para poder conquistar e é com esse pensamento que encaro este final de temporada. Quem trabalha comigo sabe que eu não me poupo. Encaro desde o primeiro momento, o meu primeiro jogo encaro sempre como se fosse o último. É um lema que eu tenho. Disputo cada lance como se fosse o último, sei da importância de cada lance sendo central. Não consigo gerir em campo o esforço físico, não faz parte de mim. O meu treinador muitas vezes, tanto na Seleção como aqui no FC Porto, tem muitas das vezes de colocar o travão, porque eu no treino sou como no jogo”, prosseguiu o central de 40 anos.

O minuto 3 que se tornou eterno: os 3 recordes de longevidade de Pepe, o capitão e número 3 do FC Porto

“Se sou a maior figura? Acho que não, o mais importante é a oportunidade de poder representar o FC Porto e a região Norte. Todos somos responsáveis pelo sucesso, somos todos treinadores dentro de campo. Temos o líder Sérgio Conceição como treinador, o presidente que é o maior incentivador das nossas capacidades. O mais importante é todos sentirem que estão dentro do querer ganhar. Melhor central da história do clube? Cada um no seu momento deu o seu melhor para fazer parte da história do clube, isso é o mais importante. Eu procuro sempre o nós e não o eu. Por isso, todos os que passaram por cá levam o clube sempre com máximo carinho, o mais importante é sentirmos isso no coração e guardar esse sentimento até ao último dia das nossas vidas”, completou ainda nas perguntas finais o internacional português.