O polémico programa dos Vistos Gold pode ter retirado “o acesso à habitação a cidadãos nacionais, por ter havido uma diminuição do número de imóveis disponíveis” e por ter “inflacionado o preço dos imóveis nas zonas de maior pressão”. A conclusão é de um estudo pedido pelo Governo a que a Renascença teve acesso.

O relatório pedido pelo primeiro-ministro critica a falta de dados sobre as “Autorizações de Residência para Atividade de Investimento”, mais conhecidas pelo nome de “Vistos Gold”, extintas em fevereiro. O documento sugere que o programa, criado em 2012 quando Pedro Passos Coelhos era primeiro-ministro, falhou na criação de emprego e era permeável à corrupção. Segundo a publicação, o relatório foi elaborado entre janeiro e fevereiro por um Grupo de Trabalho Técnico Interministerial, envolvendo os ministérios dos Negócios Estrangeiros, Administração Interna, Habitação, Justiça, Economia, Cultura e Presidência.

O estudo refere que “a pressão na procura conduz ao aumento dos preços” e que, sendo a habitação uma “importante fatia do rendimento das famílias”, o programa em causa provocou “dificuldades de acesso à habitação”. O documento questiona também “em que medida o regime das ARI retirou o acesso à habitação a cidadãos nacionais, por ter havido uma diminuição do número de imóveis disponíveis no mercado residencial para nacionais e/ou por ter inflacionado o preço dos imóveis nas zonas de maior pressão”.

“A data do relatório coincide com o dia em que o Governo anunciou o fim do programa, quando foi apresentado o pacote Mais Habitação: 16 de fevereiro”, nota também a Renascença.

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