O PS não está satisfeito com as constantes referências do Presidente da República a uma possível dissolução do Parlamento. Desta vez, quem o diz é o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, traduzindo um sentimento com eco no partido: Marcelo Rebelo de Sousa está a “contribuir” para “alimentar o desejo de quem quer uma crise política, mesmo sendo artificial”.

Em entrevista ao Público, publicada na edição desta sexta-feira, o governante que é referido por alguns socialistas como hipótese para uma futura liderança frisa que Marcelo deveria ser das “entidades” mais “comprometidas” com a ideia de uma estabilidade estrutural. Assim como com a ideia que António Costa já tinha sublinhado no fim de semana: “O princípio de que os mandatos devem ser cumpridos até ao fim”.

Por isso, o resultado de Marcelo “estar a falar todos os dias” e a “teorizar sobre uma potencial dissolução” acaba por “alimentar” um desejo de crise política “artificial”, acusa. “Há formas de ser exigente com o Governo sem estar a agendar o tema da dissolução diariamente”, avisa o ministro.

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Na mesma entrevista, Cordeiro admite que o Governo cometeu erros mas defende o legado do amigo e ex-ministro Pedro Nuno Santos e da sua relação com as empresas públicas, depois de Costa ter mencionado as tutelas do próprio Duarte Cordeiro e de Fernando Medina como bons exemplos nesse aspeto — para contrastar com Pedro Nuno. O ministro acredita ainda que o PSD, “desesperado” por provocar uma crise política, não vai conseguir excluir Chega e Iniciativa Liberal de uma futura alternativa de governo, prevendo que acabem por ser esses partidos a “mandar” nessa alternativa.

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