O Festival Internacional das Artes da Língua Portuguesa (Festlip), que tradicionalmente acontece no Rio de Janeiro, assinala 15 anos com uma edição extra no mês de maio e uma programação especial de três dias na cidade de Lisboa.

As atividades da Festlip em Portugal farão parte das comemorações do Dia Mundial da Língua Portuguesa, celebrado a 5 de maio, com eventos e apresentações que se prolongarão até 7 de maio.

A edição portuguesa do festival contará com o espetáculo teatral “A terceira Margem do Rio”, baseado na obra do escritor brasileiro Guimarães Rosa, com direção do diretor Paulo de Moraes numa parceria com a companhia portuguesa Teatro Meridional, que acolhe o Festlip nas suas instalações.

Segundo comunicado distribuídos pelos organizadores do evento, o elenco do espetáculo é formado pela companhia teatral Trupe Festlip, criada em 2017, a única no mundo composta por atores dos nove países lusófonos (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste).

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O Teatro Meridional será palco de três apresentações do espetáculo “A terceira Margem do Rio”, entre os dias 5 e 7 de maio, além de um debate com a participação do elenco, do diretor e de Tânia Pires Abrão, diretora artística do Festlip.

“Mesmo com toda a riqueza da nossa língua, não encontro palavra para significar a parceria e o acolhimento do Teatro Meridional aqui em Lisboa. Desde 2010, na sua primeira participação no Festlip, nossas sinergias foram estabelecidas. Fiquei encantada com a forma como o Meridional trabalha a dramaturgia, procurando fazer da língua portuguesa um encontro com a sua própria história”, afirmou Tânia Pires Abrão no comunicado.

A diretora artística do Festlip ressaltou que a escolha do texto de um dos maiores escritores brasileiros para marcar evento em Portugal é significativa porque leva “uma obra de Guimarães Rosa para uma edição internacional do festival, justamente no ano em que o instituto Guimarães Rosa (equivalente ao português instituto Camões) começa suas atividades no Brasil.”

O espetáculo conta a história de um homem de meia-idade que deixa sua família e amigos para viver isolado numa canoa no meio de um rio, na região central do Brasil, e jamais volta a pisar em terra firme. Seu único contacto com as pessoas acontece através de seu filho Liojorge, que lhe deixa comida na margem do rio.

Os anos passam e a filha Rosário casa com um rapaz da região e vai morar na cidade. O filho também casa, mas decide permanecer com a mãe e continuar a levar diariamente a comida ao pai invisível. Quando nasce Nhinhinha, a filha de Liojorge, e que tem poderes mágicos, o rapaz resolve levá-la até a beira do rio para apresentá-la ao pai.

Além das apresentações em Lisboa, os organizadores do Festlip confirmaram que em novembro vão realizar uma programação especial na cidade brasileira do Rio de Janeiro.