A Comissão Europeia está a tentar renegociar com as farmacêuticas os contratos de fornecimento de vacinas contra a Covid-19, numa altura em que países não sabem o que fazer com o excesso de doses. Só Portugal deitou fora 3,5 milhões de vacinas, segundo o jornal Público, e há países que desperdiçaram volumes ainda maiores de doses.
Esta tentativa de renegociação com as farmacêuticas coincide com o momento em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) deixou de considerar a Covid-19 uma “emergência sanitária global”, alertando contudo que a pandemia não terminou e os governos e cidadãos não devem “baixar a guarda”.
De acordo com a informação publicada esta segunda-feira pelo jornal Público, até ao final do ano passado foram deitadas ao lixo 3,5 milhões de doses de vacina, uma taxa de inutilização de 8,5% em relação ao total de vacinas que chegaram a Portugal através do mecanismo europeu (centralizado) de compras. Ainda assim, esta taxa de 8,5% é “uma das menores taxas de inutilização a nível europeu”, segundo o Ministério da Saúde.
Serão muitos milhões de euros que estarão a ser desperdiçados, embora seja impossível calcular exatamente quantos porque os contratos são confidenciais. O Ministério da Saúde não revela qual foi, até ao momento, a despesa com vacinas – diz-se, apenas, que Portugal tem 14 contratos com seis fornecedores de vacinas e foram recebidas cerca de 40 milhões de doses.
Deste número total de doses recebidas, foram utilizadas 28,5 milhões de doses, 8,1 milhões foram doadas e 2,6 milhões foram revendidas. No total está previsto que sejam fornecidas 61,7 milhões de doses até ao final de 2023 mas “há um processo em curso” de renegociação com as farmacêuticas, confirma o Ministério da Saúde.
Covid-19 deixa de ser “emergência global de saúde” para a Organização Mundial de Saúde