As autoridades turcas anunciaram a detenção de mais de uma dúzia de pessoas, acusadas de atos de violência num comício eleitoral da oposição, que foi interrompido no fim de semana em Erzurum, no leste da Turquia.

O presidente da câmara de Istambul, Ekrem Imamoglu, membro do principal partido da oposição turca, Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata), discursava em cima de uma camioneta de campanha, na tarde de domingo, quando um grupo de cerca de 200 pessoas começou a atirar pedras.

Imamoglu estava em campanha a favor do líder do CHP, Kemal Kiliçdaroglu, que é um dos candidatos às eleições presidenciais do próximo domingo e o principal rival do atual Presidente Recep Tayyip Erdogan. O autarca assegura que a polícia e funcionários pró-Erdogan em Erzurum permitiram que os incidentes de violência prosseguissem.

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“Há cidadãos que estão feridos e vocês, polícias, não fazem nada“, pode ouvir-se Imamoglu a dizer, em imagens de vídeo do comício que foram captadas, prometendo que iria apresentar uma queixa criminal.

O vídeo mostra ainda Imamoglu a ser levado para dentro da camioneta por elementos da sua comitiva, acabando por abandonar o local, com a polícia a dispersar o grupo de manifestantes com recurso a canhões de água.

Nestes incidentes, sete pessoas ficaram feridas, de acordo com o governador de Erzurum, Okay Memis, e o ministro da Justiça, Bekir Bozdag, disse que foram detidas 13 pessoas.

As sondagens indicam que o resultado das eleições presidenciais está muito renhido, deixando em aberto uma vitória de Erdogan ou de Kiliçdaroglu, com uma ligeira vantagem para este último.

Se Erdogan vencer, poderá cumprir o seu terceiro mandato consecutivo como Presidente.

As eleições presidenciais e legislativas na Turquia realizam-se em 14 de maio e serão decisivas para a manutenção, ou não, do Presidente Recep Tayip Erdogan e do seu partido AKP, no poder há duas décadas.

A oposição apresenta uma frente unida de seis partidos que tem um único candidato à Presidência, Kemal Kiliçdaroglu, apoiado pelo partido esquerdista e pró-curdo HDP.

Perto de 61 milhões de eleitores vão decidir o futuro do país, incluindo mais de três milhões de turcos que vivem fora do seu país, incluindo em Portugal, que votam antecipadamente.