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Júri considera que Trump agrediu sexualmente e difamou a jornalista E. Jean Carroll. Terá de pagar indemnização de 5 milhões

Este artigo tem mais de 1 ano

Jornalista E. Jean Carroll acusava Trump de a ter violado na década de 1990. Ex-Presidente e candidato terá de pagar uma indemnização de 5 milhões de dólares.

epa10590751 E. Jean Carroll (C) arrives for the first day of the sexual assault and defamation civil lawsuit she has brought against former President Donald Trump at a federal court house in New York, New York, USA, 25 April 2023. Carroll alleges that Trump raped her in the dressing room of New York department store in the 1990s.  EPA/JUSTIN LANE
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JUSTIN LANE/EPA

JUSTIN LANE/EPA

Donald Trump foi considerado responsável por agredir sexualmente e difamar  E. Jean Carroll. Numa decisão que demorou poucas horas a ser alcançada, o júri do tribunal de Nova Iorque deliberou esta terça-feira contra o ex-Presidente, no âmbito de um processo cível movido pela escritora e jornalista, um dos vários em que Trump está envolvido. Terá agora de pagar uma indemnização de cinco milhões de dólares.

Por se tratar de um processo cível e não judicial (uma vez que o crime, que remonta à década de 1990, prescreveu), Trump não foi formalmente declarado culpado aos olhos da justiça norte-americana, e não está sujeito a cumprir pena de prisão. O magnata de 76 anos foi, no entanto, dado como responsável por lesões decorrentes da violação de Carroll, ficando sujeito a pagar uma indemnização à queixosa.

Carroll acusava o magnata de 76 anos de a ter violado na década de 1990, resolvendo levar Trump a tribunal por difamação após um comunicado feito pelo ex-Presidente e candidato às eleições de 2024 na sua rede social, a Truth Social, na qual classificou a acusação como “um embuste e uma mentira”, que justificou dizendo que Carroll “não faz o meu tipo”.

A antiga colunista da revista Elle acrescentou posteriormente uma acusação de agressão sexual contra Trump, ao abrigo de alterações às leis estatais de Nova Iorque que passaram a permitir a sobreviventes de crimes sexuais processarem os alegados agressores mesmo depois de o crime ter prescrito. Trump nunca compareceu em tribunal para se defender mas, à distância, negou sempre as acusações.

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De acordo com a CNN Internacional, os cinco milhões são um valor cumulativo: concretamente, Trump terá de pagar uma indemnização de dois milhões a Carroll referente às agressões sexuais, e outros três milhões pela acusação de difamação.

Para chegar ao veredito, os membros do júri preencheram um questionário de quatro perguntas onde eram inquiridos acerca da probabilidade de Trump ser responsável por cada uma das acusações individuais que enfrentava. O formulário foi publicado nas redes sociais:

Para chegar a uma deliberação desfavorável ao antigo chefe de Estado, era necessária unanimidade entre o painel de júris, composto por nove elementos. A acusação cível mais grave — a de violação — acabou por cair, tendo ficado provados outros dois crimes: abuso sexual e toque sem consentimento.

Trump vai recorrer da decisão

Na Truth Social, a reação não se fez esperar. Minutos depois de conhecida a deliberação, Trump tornou a refutar categoricamente as acusações, dizendo mesmo que nunca sequer conheceu E. Jean Carroll.

“Não faço a mais pequena ideia de quem é esta mulher. Este veredito é uma desgraça — a continuação da maior caça às bruxas de todos os tempos”, declarou, numa continuação da tese que tem vindo a defender em todos os processos que o envolvem, de que estes se tratam de casos politicamente motivados para o prejudicar na eleição de 2024.

À saída do tribunal, o advogado de Trump, Joe Tacopina, confirmou que a equipa de defesa pretende recorrer da decisão. Descrevendo o veredito como “estranho” ao responsabilizar Trump por abuso sexual mas não por violação, Tacopina ecoou a opinião do seu cliente de que este não pode ter um julgamento justo no estado de Nova Iorque. “Houve coisas que aconteceram neste caso que foram para lá dos limites”, disse.

Ao longo das duas semanas em que o processo decorreu, a jornalista e escritora, atualmente com 79 anos, relembrou a noite em que foram cometidos os crimes. De acordo com Carroll, Trump ter-lhe-á pedido para se dirigir com ele num camarim; uma vez lá dentro, trancou a porta, agarrou-a contra a parede e violou-a.

Carroll acrescentou ainda que o facto de Trump ter negado a acusação lhe causou danos profissionais e reputacionais e prejudicou relações românticas posteriores. “Estou aqui para recuperar a minha vida”, afirmou.

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