A China aumentou as reservas de ouro pelo sexto mês consecutivo, em abril, à medida que bancos centrais em todo o mundo expandem as suas reservas do metal precioso, face à inflação galopante e riscos geopolíticos.
As reservas de ouro chinesas subiram 8,09 toneladas em abril, de acordo com dados da Administração Estatal de Câmbio da China, divulgados hoje. As reservas totais do país ascenderam a 2.076 toneladas, depois de terem aumentado 120 toneladas, no período entre novembro e março.
Bancos centrais em todo o mundo compraram grandes quantidades de ouro no ano passado para diversificar ativos e proteger as suas reservas da inflação galopante e fricções geopolíticas.
O debate sobre a fragmentação do mercado monetário e a diluição do domínio do dólar norte-americano foi renovado pelas sanções impostas pelo Ocidente contra a Rússia. O deteriorar das relações entre China e EUA também está a aumentar o apelo do ouro como um ativo seguro.
Pequim está, em simultâneo, a tentar estabelecer acordos de compensação do yuan com outros países, visando incrementar o uso da sua moeda nas trocas comerciais, em detrimento do dólar.
Os bancos centrais em todo o mundo realizaram compras líquidas de 228 toneladas de ouro, no primeiro trimestre, um valor recorde para um período de três meses, de acordo com o relatório de maio do World Gold Council. Singapura, China e Turquia estão entre os maiores compradores.
O apetite voraz por ouro puxou os preços do metal precioso para valores próximos de máximos históricos.
As reservas em moeda estrangeira da China no final de abril subiram para 3,2048 biliões de dólares, um aumento de 20,9 mil milhões de dólares, em relação ao mês anterior, segundo dados do regulador cambial.
O aumento nas reservas cambiais foi resultado da depreciação do dólar norte-americano e do aumento dos preços dos ativos financeiros globais, informou o regulador, em comunicado.