O tema está a ser falado há muito, as regras foram ficando cada vez mais apertadas. Por um lado, o Benfica, através de dirigentes, responsáveis pelo protocolo e diretores de segurança, foi mantendo contactos com a Câmara Municipal de Lisboa e demais entidades no sentido de preparar a festa por um eventual título – algo que foi sempre explicado ao Observador como “uma obrigatoriedade” perante a possibilidade de haver um acontecimento público que colocaria muitos milhares de pessoas nas ruas da capital e não só. Por outro, e a começar pelo próprio presidente Rui Costa, tudo o que envolvesse eventuais festejos antecipados teriam de ser afastados da equipa até serem confirmados em termos matemáticos. Dois meses depois das primeiras conversas exploratórias entre as partes, o título parece uma questão de tempo. E está tudo preparado, depois de uma goleada no Algarve frente ao Portimonense por 5-1 que deixou o título à distância de uma vitória.

João voltou ao Algarve para repetir que aquele metro e setenta e quatro vai dar o 38 (a crónica do Portimonense-Benfica)

Os primeiros dois encontros entre Câmara Municipal de Lisboa e os responsáveis do Benfica aconteceram ainda a meio de março, uma a envolver também a Polícia Municipal e outra com o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP. Nessa fase os encarnados contavam com uma margem grande na liderança da Primeira Liga, sendo que haveria ainda uma receção ao FC Porto no Estádio da Luz que poderia resolver em definitivo as contas. Os dragões acabaram por vencer e reduzir a desvantagem para sete pontos, sendo que já antes estava marcada aquela que foi a primeira visita técnica do grupo de trabalho ao Marquês de Pombal.

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Assim, cinco dias depois desse clássico decidido com golos de Uribe e Taremi depois do autogolo de Diogo Costa, as várias partes envolvidas numa possível festa da conquista do título analisaram todo o espaço e a preparação para esse dia, entre as várias áreas da Câmara envolvidas entre mobilidade, Regimento de Sapadores, polícia municipal, Proteção Civil, higiene urbana ou licenciamento, entre outros, os elementos de segurança com PSP e a Autoridade Nacional de Proteção Civil, e os elementos indicados do Benfica.

De acordo com os elementos recolhidos pelo Observador, ainda antes do encontro em casa frente ao V. Guimarães (ou seja, bem antes do clássico com o FC Porto e do desaire em Chaves que se seguiu para o Campeonato), havia dois cenários possíveis a serem trabalhados pelo Benfica como possíveis datas para a festa: um primeiro, mais otimista, colocava como possibilidade a conquista do título na receção ao Sp. Braga da 31.ª jornada; e um segundo que adiava a hipotética festa para a deslocação ao Algarve para defrontar o Portimonense na 32.ª ronda. O “Projeto Maio”, como foi então catalogado, continha como é normal neste tipo de operações os transportes possíveis para os jogadores, os percursos na cidade a percorrer, os palcos e demais zonas reservadas do Marquês e as ruas cortadas por logística e de acesso aos adeptos.

Em traços gerais, aquilo que está projetado pelos responsáveis tem muitas semelhanças com a festa do 37.º Campeonato dos encarnados, conseguido em 2019 com Luís Filipe Vieira como presidente, Bruno Lage como treinador e Rui Costa como administrador da SAD, até porque o fim da pandemia colocou de parte outros constrangimentos que existiram por exemplo na festa do título do Sporting, em 2021. A última reunião entre partes aconteceu esta semana, na sequência do triunfo na Luz por 1-0 frente ao Sp. Braga. A festa pode chegar este domingo, caso o FC Porto perca em casa com o Casa Pia, ou na próxima semana, se os dragões não ganharem em Famalicão (dia 20) ou se o Benfica ganhar em Alvalade ao Sporting (dia 21).