A fuga voltou a imperar na chegada a Bérgamo, Brandon McNulty conseguiu bater Ben Healy e Dario Frigo, a UAE Team Emirates conseguiu garantir a segunda vitória por etapas neste Giro. A equipa de João Almeida até pode ter uma estratégia mais cautelosa em relação à colocação de elementos importantes em fuga mas a eficácia está perto dos 100%, depois de Pascal Ackermann também já ter ganho ao sprint em Tortona. Ainda assim, essa não foi a única “vitória” do conjunto neste final de segunda semana de Volta a Itália em bicicleta, com o corredor português a mostrar sinais de vitalidade que dão ainda mais esperança no pódio.

João Almeida atacou, mas ainda tem que lidar com três mosqueteiros. Giro agradece a Ben Healy pelo espetáculo

Já a menos de cinco quilómetros, e estando num grupo onde rodavam quase todos os elementos do top 10, João Almeida começou por posicionar-se da melhor forma (a questão da colocação era uma das mais faladas em relação ao que podia melhorar o corredor caldense) e veio para a dianteira do grupo no início da subida, num ataque que conseguiu ser respondido pela maioria dos adversários mas que mostrou o momento de confiança que atravessa. Uma “explosão” que conseguiu ser medida pela Velon, especialista no tema.

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De acordo com os seus números, João Almeida conseguiu desenvolver 910 watts quando fez o ataque que. numa fase inicial foi apenas controlado por Primoz Roglic, sendo que ao longo de todo esse forcing houve uma média de 400 watts desenvolvidos pelo chefe de fila da UAE Team Emirates, que terminaria a etapa na 13.ª posição a cortar 33 segundos em relação à distância para o líder da prova, Bruno Armirail da Groupama. Para haver um dado de comparação, quando Roglic atacou na chegada a Fossombrone onde ganhou 14 segundos ao favorito Remco Evenepoel chegou aos 1.090 watts mas com uma média de 390 watts.

“Estou realmente numa boa posição na classificação mas ainda vamos ter muitos dias difíceis pela frente. É verdade que a situação é boa para mim mas também é para o Roglic e para o Thomas, que também parecem muito fortes. Se nenhum dos dois vencer o Giro, será uma surpresa. Mas esta também pode ser a minha melhor hipótese para ganhar o Giro. Vou continuar a lutar, mantendo os pés no chão”, comentou o corredor português após a chegada a Bérgamo, onde contou com família e adeptos nos quilómetros finais.

“Foi mais um dia no Giro, o último dia desta semana. Terminámos com uma vitória em etapa do Brandon [McNulty], que foi muito positiva, e agora venha a terceira semana que é muito dura. Esperamos estar à altura dos adversários”, acrescentou neste segundo e último dia folga antes das etapas decisivas quase sempre em alta montanha antes de um contrarrelógio também a subir antes da chegada a Roma. “Estou numa posição ainda melhor do que aquela que estava à espera, a 20 segundos dos rivais. É um saldo muito positivo e espero que a terceira semana seja boa. Poderá haver algumas diferenças entre os candidatos na véspera dessa etapa mas o contrarrelógio vai ser muito decisivo, por isso há que guardar algumas forças para esse dia. Poucos ataques? Acho que é mais pelo tempo que tem estado horrível. Têm sido etapas muito longas e diferentes. O pelotão está muito doente e isso limita muito as equipas”, acrescentou.