O Passeio Marítimo de Algés, em Oeiras, está há quase seis meses interdito à circulação, desde que as intempéries de dezembro fizeram abater uma parte da via alcatroada (com cerca de três metros de extensão). Apesar dessa interdição, centenas de pessoas frequentam aquele local diariamente – a pé ou de bicicleta – o que cria um foco de perigo porque os blocos de betão colocados em ambas as extremidades da vida impedem o acesso de viaturas de emergência que possam ter de se aproximar para socorrer alguém. De quem é a responsabilidade? Câmara de Isaltino Morais e Administração do Porto de Lisboa atiram responsabilidades um para o outro.

Para segurança da população“, a Câmara Municipal de Oeiras decidiu em dezembro interditar aquele local, confirmou fonte oficial. Tanto do lado do Túnel da Cruz Quebrada como na zona de Algés foram colocados blocos de betão que, sobretudo do lado de Algés, estão dispostos de uma forma que impede o acesso de ciclistas (ou obrigam-nos a passar com as bicicletas por cima).

Sem poder utilizar aquele espaço normalmente, as pessoas que usam a bicicleta para fazer deslocações diárias para Lisboa acabam por ser empurradas para a estrada (Marginal), onde correm maiores riscos por terem de viajar no mesmo sítio que o trânsito automóvel.

Blocos de betão impedem os ciclistas (mas não os peões) de passar, obrigando-os a ir para a Marginal.

Já os peões conseguem aceder facilmente, contornando os blocos, e nos fins de semana mais ensolarados há milhares de pessoas que frequentam o local. Trata-se de uma zona muito perto de onde são habitualmente realizados vários concertos e festivais de verão, além de ser um local que vai receber milhares de participantes na Jornada Mundial da Juventude, no início de agosto.

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A mesma fonte, contactada pelo Observador, não respondeu à questão sobre que plano de emergência existe caso seja necessário socorrer alguma das pessoas que, apesar dos avisos, aproveitam aquele local para fazer exercício físico e passear. É impossível fazer chegar uma ambulância ou um carro de emergência àquele local, devido à forma como estão dispostos os blocos de betão.

Câmara de Oeiras diz que vai fazer obras, “substituindo-se” ao Porto de Lisboa

Na resposta ao Observador, a Câmara Municipal de Oeiras adianta, apenas, a interdição vai manter-se “até que seja realizada a intervenção para requalificação da zona danificada“.

Está “previsto” que essa requalificação aconteça neste segundo trimestre do ano, indicou a autarquia de Isaltino Morais. E são obras que vão acontecer “por iniciativa do Município” que, assim, “se vai substituir à Administração do Porto de Lisboa – que é quem tem a responsabilidade da gestão daquele local – e à Infraestruturas de Portugal”.

A mesma fonte “esclarece”, também, que “a ciclovia existente no local foi um investimento do Município de Oeiras”.

Centenas de pessoas – ou milhares, nos fins de semana mais ensolarados – frequentam o local apesar dos avisos.

Citada pelo jornal Público, esta terça-feira, a Infraestruturas de Portugal diz ter “conhecimento dos danos existentes no Passeio Marítimo de Algés” e sublinha que “os mesmos não afectam a infraestrutura ferroviária”. No entanto, “a reparação desta situação é competência da Câmara Municipal de Oeiras que, aquando da realização da intervenção, e dependendo dos meios mobilizados, a mesma poderá ter de ser articulada com a IP”.