O selecionador de futebol de sub-21 defendeu esta quarta-feira que se Portugal se exibir ao melhor nível estará “mais próximo” de conquistar um título inédito no Europeu de 2023, que poderá marcar a estreia de João Neves no escalão.

O médio, de 18 anos, é a maior — mas esperada — novidade na lista de 25 convocados para a fase final, da qual sairão ainda dois jogadores, muito por força dos desempenhos recentes no Benfica, recebendo a notícia da convocatória quatro dias após se ter sagrado campeão nacional.

“Tem capacidade para jogar na seleção de sub-21. Está num contexto de alto nível, mas não é fácil entrar na nossa equipa. Temos grandes jogadores que ficaram de fora. Deve encarar isto como um privilégio e não um direito adquirido. Que usufrua dele e dê o seu rendimento”, observou Rui Jorge, em conferência de imprensa.

O treinador da equipa de sub-21 assinalou que os eleitos para o Europeu, cuja 24.ª edição se realiza na Geórgia e Roménia, entre 21 de junho e 8 de julho, se situam “em patamares de excelência” e que João Neves “tem demonstrado estar à altura desse patamar no Benfica”.

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Aos 18 anos, o médio salta diretamente para a seleção de sub-21 e logo com possibilidade de jogar na fase final do torneio continental, depois de ter apenas quatro internacionalizações nos sub-15 e 17 nos sub-19, que ajudou em março a acederem ao Europeu da categoria.

Integrado no Grupo A, em conjunto com a anfitriã Geórgia, Países Baixos, campeões em 2006 e 2007, e Bélgica, a equipa das quinas tentará fazer melhor do que na edição anterior, em 2021, quando atingiu a final da prova, mas perdeu com a Alemanha, por 1-0.

“Procuramos nestas fases finais demonstrar a qualidade do nosso jogador, da nossa equipa, em outros países e é isso que vamos tentar fazer. Se o conseguirmos fazer bem estaremos mais próximo de conseguir o título que tanto desejamos”, sustentou Rui Jorge.

Portugal atingiu também a final em 1994 e 2015, nas quais foi derrotada por Itália e Suécia, respetivamente, e o selecionador nacional também não espera encontrar facilidades num ano em que a competição proporcionará o apuramento para os Jogos Olímpicos Paris2024.

“Todas as equipas tiveram de demonstrar o seu valor [para se qualificarem]. A Geórgia é a exceção porque é a anfitriã. Tem vários jogadores na sua seleção principal, que, se fizer baixar, e jogando em casa, com muito entusiasmo, criarão dificuldades”, advertiu.

Rui Jorge alertou ainda para “o perigoso contra-ataque” da Bélgica, enquanto os Países Baixos “assemelham-se ao estilo de jogo” de Portugal, alicerçado na “segurança com bola, criatividade e inteligência no jogo”, que permite à equipa das quinas “olhar de igual para igual contra qualquer equipa”.

O técnico considerou ter escolhido “o melhor grupo para enfrentar” o Europeu, desvalorizando as ausências de Gonçalo Inácio, António Silva, Vitinha e Gonçalo Ramos, jogadores já com perfil de seleção principal e cuja ascensão ao topo da pirâmide permite “abrir a porta a outros”.

Rui Jorge lamentou apenas as ausências dos lesionados João Mário, Tiago Djaló e Tomás Esteves, justificando a convocatória de dois jogadores suplementares como medida cautelar, devido, precisamente, aos problemas físicos recentes de Francisco Conceição, Afonso Sousa e Fábio Vieira.

“Dois não poderão seguir, mas merecem também muito estar aqui e estamos confortáveis se tivermos de avançar com eles”, justificou o selecionador de sub-21, remetendo o anúncio da lista definitiva de 23 futebolistas para “o dia 13 ou 14 de junho”.

Portugal estreia-se no torneio frente à anfitriã Geórgia, em 21 de junho, defrontando os Países Baixos três dias mais tarde, em 24, e encerrando a participação no Grupo A perante a Bélgica, em 27, sempre em Tbilissi e com os três jogos a terem início às 17h00 (hora de Lisboa).