O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, diz que está “tranquilo” com os desafios que vão ser colocados ao sistema de saúde português pela Jornada Mundial da Juventude (JMJ 2023), que se realiza em Lisboa em agosto com a presença do Papa Francisco e de mais de um milhão de participantes, e explicou que no terreno vão estar duas estruturas de campanha, incluindo um hospital avançado, e largas centenas de profissionais.

Em declarações aos jornalistas a partir de Vila do Conde, onde está para participar numa cerimónia de evocação do 1.º centenário do nascimento do médico Albino Aroso, Manuel Pizarro reconheceu que um evento como a JMJ, que “vai atrair a Lisboa mais de um milhão de pessoas durante aquela semana, exige preocupação e especial atenção”.

“Mas eu tenho a expectativa de que os meios que nós neste momento mobilizámos são meios que vão assegurar que tudo decorra com tranquilidade”, salientou Pizarro.

“Estamos muito atentos também às preocupações que nos trazem do terreno, para garantir que as coisas decorram com calma e tranquilidade, e demonstrem a todos, não apenas a tradicional capacidade de acolhimento dos portugueses, mas também a competência técnica dos nossos serviços de saúde, se e quando acontecerem ocorrências que justifiquem a nossa intervenção”, destacou.

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Questionado sobre se teme um excesso de procura nas urgências durante a semana da JMJ — entre 1 e 6 de agosto, quando se espera que estejam em Lisboa entre 1 e 1,5 milhões de jovens participantes —, Manuel Pizarro assegura que o SNS está preparado para “a necessidade de aumento de procura”.

Plano de contingência do Ministério da Saúde para a JMJ é apresentado na próxima semana

“Mas não temos nenhuma expectativa de que isso ocorra de forma generalizada, nem vejo que haja nenhuma boa razão para que isso ocorra, atendendo, repito, àquilo que foi o nosso estudo muito atento das experiências internacionais anteriores”, salientou Pizarro. “É preciso termos em conta o perfil médio das idades das pessoas que virão, o risco de saúde. Claro que temos de estar preparados. Pode sempre ocorrer um acidente.”

O ministro revelou também alguns detalhes do que será a ação do SNS durante a semana da JMJ.

“Nós vamos instalar um conjunto de meios no terreno que são meios muito significativos. Duas instalações de campanha, um dos quais é um hospital de campanha completo avançado no próprio terreno, umas centenas de profissionais que estão mobilizados, mais de um milhar e meio de voluntários — profissionais de saúde, estudantes dos últimos anos dos cursos de saúde”, sublinhou.

“Eu estou tranquilo em relação ao sistema que está instalado, embora isto seja uma tranquilidade vigilante”, disse ainda. “Mesmo quando estamos tranquilos, não podemos deixar de estar vigilantes.”

Como noticiou o Observador esta semana, o plano de contingência do Ministério da Saúde para a JMJ deverá ser publicamente apresentado nos próximos dias. O plano foi desenhado pelo médico António Marques da Silva e tem como objetivo assegurar “uma resposta atempada, estruturada e eficaz no âmbito da saúde” durante a JMJ.

A Jornada Mundial da Juventude realiza-se em Lisboa entre 1 e 6 de agosto deste ano. O Papa Francisco estará presente em Portugal entre 2 e 6 de agosto, passando por Fátima no dia 5 de agosto.

A organização espera entre 1 e 1,5 milhões de peregrinos em Lisboa para participar na JMJ, que terá como pontos altos uma vigília e uma missa final no fim de semana de 5 e 6 de agosto, no Parque Tejo-Trancão, na zona ocidental da cidade. Durante a semana que antecede essas celebrações, vão realizar-se na cidade de Lisboa mais de 200 eventos integrados na JMJ, incluindo celebrações com o Papa Francisco no Parque Eduardo VII, conferências, espetáculos e exposições.