O índice de preços no consumidor (IPC), o principal indicador da inflação na China, registou em maio um aumento homólogo de 0,2%, invertendo a tendência de abrandamento que apresentava desde janeiro, foi esta sexta-feira anunciado.

Em abril, a inflação tinha ficado por 0,1%, o menor ritmo de crescimento no espaço de um ano e uma queda significativa do aumento de 0,7% registado em março.

Os dados divulgados pelo Gabinete de Estatística da China ficaram ainda assim abaixo do previsto pelos analistas, que esperaram uma inflação homóloga a rondar 0,3%.

Na comparação mensal, os preços no consumidor caíram 0,2% em relação a abril, também abaixo do esperado pelos analistas, que projetavam uma queda de 0,1%.

Depois de o IPC da China ter subido 2%, no ano passado, Pequim estabeleceu uma meta de crescimento de cerca de 3% para 2023.

Num comunicado divulgado pelo gabinete, o analista Dong Lijuan defendeu que “a procura dos consumidores continuou a recuperar” em maio e que o mercado “estava geralmente estável”.

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Dong destacou o aumento homólogo no preço de alguns alimentos, nomeadamente carne de ave (5,6%), óleos (3,6%) e frutas frescas (3,4%), e a subida no custo de alguns meios de transporte como os aviões, cujos bilhetes custavam mais 14,7% do que há um ano.

O índice de preços ao produtor (PPI), que mede os preços à saída das fábricas, caiu 4,6%, uma queda mais acentuada do que a registada no mês anterior (-3,6%), aprofundando a deflação em maio.

Dong apontou a “tendência de queda dos preços internacionais das matérias-primas”, “a procura geralmente fraca nos mercados interno e externo” e o efeito de base como fatores por trás do declínio do PPI.

As exportações da China registaram em maio uma queda homóloga de 7,5%, enquanto as importações caíram 4,5%, ilustrando a débil recuperação da segunda maior economia do mundo, depois de o fim da estratégia zero Covid.

No início de maio, o banco britânico Standard Chartered alertou que a inflação na China pode ficar perto de zero nos próximos meses, já que o aumento no preço do petróleo no primeiro semestre de 2022 criou uma base de comparação alta.

O banco reduziu a previsão para o IPC da China, em 2023, de 2,3% para 1%, devido à fraca procura e à queda nos preços da carne suína e do petróleo.

No entanto, “com as taxas de juros já em mínimos históricos e uma taxa de crescimento que vai provavelmente superar a meta oficial de 5%, não esperamos que o [banco central da China] corte as taxas de juros num futuro próximo”, disseram os economistas do Standard Chartered, num relatório.