Era o confronto total entre a experiência e o sonho. Novak Djokovic e Casper Ruud encontravam-se este domingo na final de Roland Garros e a possibilidade de o tenista sérvio conquistar o 23.º Grand Slam da carreira batia de frente com a possibilidade de o tenista norueguês conquistar o primeiro Grand Slam da carreira. No fim, venceu a experiência: e Djokovic ganhou em Paris para ultrapassar Rafa Nadal e tornar-se o atleta com mais majors no palmarés.

Mas nada foi propriamente um passeio no parque. Depois de derrotar Carlos Alcaraz na meia-final, Djokovic enfrentava um Casper Ruud que tinha afastado Zverev e que disputava a terceira final de um Grand Slam no espaço de um ano — depois de ter perdido precisamente em Roland Garros contra Nadal em junho do ano passado e de também ter perdido nos Estados Unidos e no US Open contra Alcaraz.

“Ainda não estou a pensar no Calendar Grand Slam. Estou mesmo só a pensar que posso ganhar outro Grand Slam aqui no domingo e que estou muito perto de lá chegar. Sei disso. Conheço a sensação. A experiência está do meu lado… Mas é a experiência que ganha jogos? Acho que não. Tenho de estar preparado para outra longa batalha. Depois da final, se eu ganhar, podemos falar sobre história”, explicou Djokovic antes da partida, afastando por agora o objetivo de juntar Roland Garros, Wimbledon e o US Open ao Open da Austrália que conquistou ainda em janeiro.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Ruud começou melhor, chegando a um 3-0 no primeiro set, mas depressa se percebeu que dificilmente Djokovic iria perder a concentração e deixar-se levar pela boa entrada do adversário. O sérvio empatou aos 4-4, mas permitiu que o norueguês forçasse o destino do set até ao tie breakonde Djokovic voltou a demonstrar que raramente quebra. O tenista de 36 anos prolongou o registo impressionante que já vinha a construir desde o início de Roland Garros e não cometeu qualquer erro no tie break, conquistando o primeiro set da final e colocando-se desde logo em vantagem.

O segundo set foi bem mais tranquilo para o sérvio, que evidenciou a superioridade a servir e venceu por 6-3 sem permitir que Casper Ruud demonstrasse propriamente uma reação. Aliás, começaram a repetir-se os momentos em que o norueguês de 24 anos ficava prostrado no court, parado e com o olhar fixado depois de perder um ponto, claramente sem ideias nem soluções para contrariar a superioridade do adversário. Toda essa lógica, porém, voltaria a mudar no terceiro set.

Naquela que poderia ser a partida decisiva, Ruud mostrou direitas impecáveis e esquerdas fortes e foi revelando algum do melhor ténis que já protagonizou ao mais alto nível. Mas não foi suficiente: mesmo com um empate a 5-5, Djokovic não se deixou levar pela reação do adversário e venceu o terceiro set por 7-5, conquistando Roland Garros pela terceira vez, tornando-se o tenista mais velho de sempre a ganhar o major francês, sendo o único a vencer os quatro Grand Slams pelo menos três vezes e, finalmente, a chegar ao extraordinário 23.º que o distancia dos números de Rafa Nadal. Pelo meio, ultrapassou Carlos Alcaraz e recuperou a liderança do ranking ATP.