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Donald Trump promete nomear "procurador especial" para investigar Joe Biden e a família

Este artigo tem mais de 1 ano

Ex-Presidente e candidato acusa ainda Biden e a sua "família do crime" de serem responsáveis "pela destruição das eleições, da fronteira e do próprio país".

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AFP via Getty Images

AFP via Getty Images

É ao ataque que Donald Trump se defende dos problemas que enfrenta na justiça. Prestes a responder em tribunl por dezenas de crimes relacionados com a posse ilegal de documentos confidenciais, o ex-Presidente e candidato garantiu que, caso vença as eleições, vai nomear um procurador especial para investigar os “crimes” de Joe Biden e da sua família.

As declarações do republicano, numa série de publicações na Truth Social, a sua rede social, foram feitas durante a viagem de Nova Jérsia para a Florida, onde Trump se deverá apresentar na terça-feira num tribunal em Miami, para ser formalmente acusado de 37 crimes, no caso em torno da posse indevida de vários documentos na sua residência em Mar-a-Lago, na Florida, e que durante muito tempo se recusou a devolver.

Depois de no fim-de-semana ter repetido em comícios a ideia de que a acusação não tem fundamento e está a ser pessoalmente incentivada pelo atual Presidente dos EUA, o magnata de 76 anos deixou esta segunda-feira uma promessa aos seus seguidores, de que irá trazer Biden e a sua “família do crime” à justiça.

Donald Trump apelida acusação federal de ridícula e sem fundamento

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Sem nunca especificar a que crimes se refere, Trump deixa ainda várias outras promessas caso seja eleito: desde “remover todos os elementos criminosos que invadiram ilegalmente” os EUA, “acabar imediatamente com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia”, e até trazer à justiça (além de Biden) “todos os outros envolvidos com a destruição das nossas eleições” — uma teoria da conspiração que tem repetido desde que perdeu para o a atual Presidente em 2020, e que já foi desmentida repetidamente, incluindo por antigos aliados de Trump, como o seu antigo vice-Presidente, Mike Pence.

Dias antes, num comício na Geórgia, o candidato às primárias republicanas já tinha classificado o caso como “uma caça às bruxas” feita para minar as suas hipóteses de regressar à Casa Branca. “No fim não estão a vir atrás de mim”, disse perante os seus apoiantes. Estão a vir atrás de vocês”.

Segundo a acusação, conhecida na sexta-feira, estão em causa 37 crimes. Depois de deixar o cargo em 2021, Trump ordenou que dezenas de caixas com recortes de jornais, cartas, fotografias e centenas de documentos classificados, incluindo informações sobre segredos nucleares e planos para atacar outros países, fossem transferidos da Casa Branca para a sua mansão em Mar-a-Lago, na Florida.

Donald Trump acusado de 37 crimes no caso dos documentos confidenciais levados da Casa Branca

Esses documentos não foram guardados de forma segura, e acabaram em diferentes cantos da mansão de Trump, incluindo um quarto, um salão de baile e uma casa de banho, de acordo com fotografias incluídas na acusação.

Segundo a Lei dos Registos Presidenciais de 1978, todos os documentos de um presidente são propriedade pública do governo dos Estados Unidos e não privada, pelo que Donald Trump, ao deixar a Casa Branca, deveria ter entregue os documentos classificados aos Arquivos Nacionais, que têm a sua custódia.

Alguns meses depois de Donald Trump ter deixado a Casa Branca, os Arquivos Nacionais descobriram que não lhes tinham sido entregues todos os documentos classificados da sua presidência e, como o antigo presidente não os devolveu, recorreram ao FBI, o que resultou na abertura de um inquérito judicial.

Em agosto de 2022, o FBI fez finalmente uma busca na mansão do antigo presidente para apreender as caixas de documentos classificados que ainda estavam à sua guarda.

Apesar da intervenção do FBI, de acordo com a acusação, Donald Trump pode ter posto em perigo a segurança dos Estados Unidos não só porque os documentos não estavam armazenados de forma segura, mas também porque o antigo presidente os mostrou a pessoas que não estavam autorizadas a vê-los.

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