O secretário-geral da ONU, António Guterres, admitiu esta quinta-feira estar “muito preocupado com a posição do mundo” em relação ao clima, nomeadamente com a “falta de ambição e cooperação”, frisando que as atuais políticas levarão à “catástrofe”.
“Os países estão muito longe do cumprimento das promessas e compromissos climáticos. Vejo falta de ambição. Uma falta de confiança. Uma falta de apoio. Falta de cooperação. E uma abundância de problemas em torno de clareza e credibilidade. A agenda climática está a ser minada”, disse Guterres numa conferência de imprensa, em Nova Iorque.
Num momento em que o mundo deveria estar a acelerar a ação climática, está, pelo contrário, a retroceder, advogou o líder da Organização das Nações Unidas (ONU).
“As políticas atuais estão a levar o mundo a um aumento de temperatura de 2,8 graus até ao final do século. Isso significa catástrofe. No entanto, a resposta coletiva continua lamentável. Estamos a caminhar para o desastre, de olhos bem abertos – com muitos dispostos a apostar tudo em pensamentos positivos, tecnologias não comprovadas e soluções mágicas”, criticou.
“É hora de acordar e intensificar”, apelou Guterres, que tem na agenda climática um dos principais focos do seu mandato.
De acordo com o ex-primeiro-ministro português, limitar o aumento da temperatura global a 1,5 graus celsius ainda é possível, mas exigirá que as emissões de carbono sejam reduzidas em 45% até 2030.
Exigindo ação dos Governos, Guterres apontou para os combustíveis fósseis, exortando os países a eliminá-los progressivamente, movendo-se para deixar o petróleo, o carvão e o gás e aumentarem maciçamente o investimento em energia renovável.