Primeiro podiam chegar a quatro ou cinco. Depois, houve um recuo de vários países britânicos do Mundial para o Europeu e a saída de outra proposta que poderia sair de quatro federações europeias. Agora, a corrida está resumida apenas a dois: a Arábia Saudita, que iria apresentar uma candidatura conjunta à organização do Campeonato do Mundo de 2030 com Grécia e Egito (a primeira de sempre a contar com três continentes diferentes), desistiu dessa possibilidade – e a “culpa” é da proposta de Portugal, Espanha e Marrocos.
Oficial: Marrocos junta-se a Portugal e Espanha na candidatura ao Mundial 2030
De acordo com o jornal Marca, o ministro das Relações Externas da Arábia Saudita, Faisal bin Farhan Al Saud, contactou nas últimas horas os responsáveis da Grécia e do Egito a dar conta de que se tratava de uma decisão final e que não iriam avançar com a candidatura conjunta utilizando como argumento a força que uma das propostas rivais, neste caso a de Portugal, Espanha e Marrocos, tinha ganho ao longo do tempo.
A publicação espanhola revela que os sauditas chegaram à conclusão de que seria impossível derrotar essa candidatura da qual Portugal faz parte, tendo em conta “todo o trabalho que têm feito e a vantagem que já levavam em todos os aspetos depois de três anos de trabalho sério e silencioso”. O papel “diplomático” de Luis Rubiales, líder da Real Federação Espanhola de Futebol, é destacado pela Marca, sendo que também António Laranjo, antigo líder da Infraestruturas de Portugal e presidente da Sociedade Euro-2004 que assumiu o posto de coordenador do projeto técnico da candidatura ibérica, e a própria entrada de Marrocos no lugar da Ucrânia, que chegou a estar na proposta de Portugal e Espanha, foram chaves no processo.
António Laranjo vai coordenar candidatura de Portugal e Espanha à organização do Mundial de 2030
De acrescentar que este recuo da Arábia Saudita não tem relação com a recente aposta do país em dotar a sua liga de jogadores que melhorem a qualidade média da mesma, sobretudo dos quatro clubes que passaram a ser detidos pelo Fundo Estatal do país: o campeão Al-Ittihad do técnico Nuno Espírito Santo (que já recebeu este verão Karim Benzema e N’Golo Kanté), o Al Nassr de Cristiano Ronaldo, o Al Hilal que tem apontado a várias estrelas das principais ligas europeias e o Al Ahli. Em paralelo, não será de descartar que todo esse investimento feito também no âmbito do projeto “Visão 2030” possa trazer nova candidatura em 2034.
Desta forma, a proposta de Portugal, Espanha e Marrocos conta apenas com um adversário direto nesta corrida à organização do Mundial de 2030: a candidatura conjunta entre Argentina, Uruguai, Chile e Paraguai, um plano que assenta sobretudo numa vertente mais histórica de assinalar o centenário da competição num dos países onde se realizou a primeira final de sempre (Montevideu, no Uruguai). A decisão só será conhecida daqui a mais de uma no, em setembro de 2024, no decorrer de um Congresso da FIFA. Em 2026, entre junho e julho, a fase final do Campeonato do Mundo irá realizar-se entre EUA, México e Canadá.