O Presidente da República anunciou esta terça-feira na inauguração do memorial das vítimas dos incêndios de 2017, em Pedrógão Grande, que as cerimónias do 10 de junho de 2024 se vão realizar nos municípios mais afetados pelos incêndios: Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pêra e Pedrógão Grande. Marcelo Rebelo de Sousa quer que o Dia de Portugal seja, “mais do que uma celebração, um compromisso” com o desenvolvimento do interior, que promova a Coesão Territorial.

Antes, o Presidente da República lembrou como naquela noite foi até ao centro de comando com as chamas a ladearem a estrada e enquanto falava ao telefone com o primeiro-ministro. António Costa, que discursou antes de Marcelo, disse que é preciso manter o “alerta”, já que “o passado pode sempre repetir-se” e acrescentou que “Portugal é um país particularmente exposto ao risco das alterações climáticas”.

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

O primeiro-ministro alertou ainda que “o risco aumenta todos os anos”, admitindo que é “dever do Estado preparar-se para esse risco”. António Costa insistiu ainda que esmagadora maioria dos incêndios ocorridos desde janeiro terem tido uma “origem negligente“, apelando à responsabilidade dos cidadãos nesta matéria.

Enquanto a cerimónia decorria, Carlos Guerreiro, um dos feridos graves dos incêndios de 2017, despiu-se durante uns segundos a poucos metros de primeiro-ministro e Presidente da República, mostrando a pele onde eram visíveis as sequelas de queimaduras por todo o corpo. Antes de retirar, atirou para as pedras do monumento panfletos com o título “Justiça é Cega 2017” acompanhado de imagem dos incêndios. Voltou a vestir-se e saiu silenciosamente e sem perturbar a cerimónia.

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