Chama-se Microscopic Handbag (mala microscópica, em português) e é mais pequena do que um grão de sal e suficientemente estreita para passar pelo buraco de uma agulha. Foi vendida esta quarta-feira num leilão online por 63.750 dólares (cerca de 58.522 euros), avançou a CNN.
Quase invisível ao olho humano, a mala verde-amarelado fluorescente de 0,763 milímetros (0.66 x 0.22 x 0.7 mm) é uma criação do coletivo de artistas MSCHF, fundado em Nova Iorque, nos EUA, e foi inspirada no popular design “OnTheGo” da Louis Vuitton. A mala original está disponível, no tamanho real, pelo valor de entre 3.100 e 4.300 dólares (cerca de 2.845 e 3.947 euros).
De acordo com o The New York Times, a peça, feita de resina, foi fabricada através de um processo “polimerização de dois fotões”, uma técnica de impressão 3D utilizada para objetos microscópicos.
No entanto, ao contrário das malas habituais, esta não é nada funcional — uma vez que, obviamente, não foi pensada para ser usada. Segundo Kevin Wiesner, diretor criativo da MSCHF, a peça surgiu como uma crítica à menor utilidade das malas de luxo, que são cada vez mais pequenas.
“Acho que ‘mala’ é um objeto engraçado, porque vem de algo rigorosamente funcional. Mas tornou-se, basicamente, joalharia”, disse Kevin Wiesner ao jornal The New York Times.
Louis Vuitton microscopic handbag sold for $63K at Pharrell Williams auction. pic.twitter.com/mmogu4HXb9
— Pop Hive (@thepophive) June 27, 2023
Com a Microscopic Handbag o objetivo da MSCHF foi levar a tendência das malas cada vez mais pequenas ao extremo, retirando toda a sua utilidade e deixando apenas o logótipo da marca. “É a última palavra em miniaturização de malas”, afirmou a empresa num comunicado, citada no mesmo jornal.
A venda foi realizada na Joopiter, a casa de leilões online fundada pelo cantor, compositor e produtor musical norte-americano Pharrell Williams. Para além da mala, estava ainda incluído um microscópio equipado com um ecrã digital. Através deste, a peça pode ser visualizada ao detalhe, sendo percetível a presença da assinatura da Louis Vuitton “LV”.
Apesar de usarem o logótipo da marca francesa, Kevin Wiesner explicou que a MSCHF não pediu autorização à Louis Vuitton para utilizar o desenho. “Nós somos grandes adeptos da escola de ‘pedir perdão, não permissão’”, disse, citado no jornal norte-americano.
Pharrell Williams nomeado diretor criativo na marca de moda Louis Vuitton
Sobre o cantor, que foi recentemente nomeado diretor criativo das coleções para homem da marca, Kevin Wiesner lembrou o seu gosto por objetos de dimensões estranhas: “Pharrell adora chapéus grandes, então fizemos para ele uma mala incrivelmente pequena.”
Não é a primeira vez que a MSCHF cria peças fora do comum. Ainda este ano, a empresa lançou umas botas de borracha que deram que falar. As Big Red Boots (grandes botas vermelhas, em português) estiveram pelos pés de vários famosos durante a semana da moda de Nova Iorque, que decorreu entre 10 e 15 de fevereiro. Custam 350 dólares (cerca de 328 euros) e parecem saídas de um desenho animado.
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Já em 2021, a empresa juntou-se ao rapper norte-americano Lil Nas X e lançou os polémicos Satan Shoes (sapatilhas de Satanás, em português). Os sapatos eram uns Nike Air Max 97 personalizados com sangue humano na sola e foram lançados 666 pares — uma referência ao número associado ao diabo. Na época, a peça foi criticada e a MSCHF chegou mesmo a ser processada pela Nike, que acabou por retirar a queixa no seguimento de um acordo legal entre as duas partes, na qual a MSCHF aceitou retirar os Satan Shoes do mercado.
.@LilNasX @dezeen Top 10 product launches of 2021
Satan Shoes by Lil Nas X and MSCHF
Box feature "15th-century painting The Last Judgment by Dutch artist Jan Van Eyck and represents death excreting the damned, which includes senior members of the church"https://t.co/LZhujrrv4m pic.twitter.com/4iUy4k9Xkx— hugB – MONTERO (@hug_butterflies) December 20, 2021