Com o apuramento para as meias-finais já garantido e contra um adversário que já não tinha possibilidades de qualificação, Portugal entrava na última jornada da fase de grupos do Europeu Sub-19 com o luxo de poder relaxar antes de disputar a eliminatória de acesso à final da competição. Ainda que Joaquim Milheiro, o selecionador nacional, não admitisse grandes desleixos.

“Faz parte da nossa cultura de vitória, queremos continuar a crescer enquanto equipa. Respeitamos muito Malta e conhecemos o potencial do adversário. Queremos ser iguais a nós próprios, praticar bom futebol e ser consistentes. É o último jogo, jogam em casa, querem sair da competição com uma imagem diferente. Têm o público e as famílias nas bancadas, estarão altamente motivados. Compete-nos, com a nossa competência, ultrapassar os problemas do jogo e impor a nossa forma de jogar”, explicou o treinador na antevisão à partida marcada para Gozo, a segunda maior ilha do arquipélago de Malta.

Começou mal, acabou da melhor maneira: Portugal goleia Itália e está nas meias-finais do Europeu Sub-19

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Do outro lado, porém, também estava uma cara conhecida: Tozé Mendes, treinador que esteve ligado à formação do V. Guimarães durante 15 anos e que acumula as funções de selecionador dos Sub-19 com a de técnico do Valletta FC, tendo regresso marcado aos vimaranenses na próxima época para orientar a equipa B. “Joguei pela primeira vez contra o Joaquim Milheiro em 2004, iniciámos as nossas carreiras de treinadores muito novos e temos mantido uma forte ligação desde então”, disse Mendes antes do início do jogo, acabando por cumprimentar o colega de profissão com um longo abraço.

Apesar dos avisos deixados na antevisão, Joaquim Milheiro assumia a gestão de esforço e mudava nove jogadores em relação ao onze inicial da goleada contra Itália, mantendo apenas a titularidade do central Gabriel Brás e do lateral Gonçalo Esteves e alterando até o guarda-redes, de Gonçalo Ribeiro para Diogo Pinto.

Portugal colocou-se a vencer ainda dentro dos 10 minutos iniciais, com Miguel Falé a receber de João Vasconcelos à entrada de grande área e a atirar rasteiro para abrir o marcador (8′). A seleção portuguesa foi controlando o jogo sem precisar de acelerar muito e Luís Gomes, ainda na primeira parte, ficou muito perto de aumentar a vantagem na sequência de um desvio inicial de Gabriel Brás (31′).

Joaquim Milheiro mexeu ao intervalo, trocando Diogo Prioste por Hugo Félix, e a lógica da partida manteve-se por inteiro: Portugal geria e tinha os lances mais perigosos, Malta não conseguia contestar a superioridade do adversário e demonstrava muita fadiga. Ainda assim, a seleção portuguesa acabou por permitir o empate, com Diogo Pinto a hesitar numa saída da baliza e a oferecer o golo a Tuma (71′).

A igualdade, porém, não durou muito. Menos de cinco minutos depois do golo maltês, Carlos Borges cruzou na esquerda, Rodrigo Ribeiro atirou contra um adversário e João Vasconcelos, na recarga, recuperou a vantagem nacional e garantiu a vitória de Portugal (75′) — alcançada com dois golos (e uma assistência) de dois jogadores do Sp. Braga.

Assim, a seleção portuguesa ficou no primeiro lugar do Grupo A, com nove pontos, e partilha o apuramento com Itália, que empatou com a Polónia e ficou com os mesmos quatro pontos que os polacos, beneficiando da vantagem na diferença de golos. Portugal vai agora defrontar nas meias-finais o segundo classificado do Grupo B, que ainda poderá ser Espanha, Noruega ou Islândia, cujos jogos só acontecem esta segunda-feira.