Numa competição com apenas dois grupos e oito seleções, Portugal sabia que um triunfo esta quinta-feira perante a Itália garantia desde logo o apuramento para as meias-finais do Campeonato da Europa Sub-19. Depois de vencer a Polónia na jornada inaugural e antes de defrontar a anfitriã Malta, a Seleção Nacional tinha a oportunidade de carimbar a presença na fase seguinte da prova contra os italianos.

Em Ta’ Qali, bem no centro de Malta, Portugal tinha como adversário não só a seleção italiana como também o relvado sintético do Centenary Stadium — algo que Joaquim Milheiro, o selecionador, chegou até a abordar na conferência de imprensa de antevisão. “Aqui em Malta temos feito essa adaptação ao sintético e também há um histórico de passagem destes jogadores, na formação, por esse tipo de relvados. Sabemos que será mais um elemento que teremos de ultrapassar”, explicou o treinador, que não escondia que a partida contra Itália seria de “elevada dificuldade”.

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“Vamos enfrentar uma equipa com níveis de organização de elevada qualidade e jogadores que, nos diferentes setores, são individualmente talentosos. É uma equipa muito intensa, que em cada duelo procura dar o seu melhor e onde já identificámos uma plasticidade tática que nos obrigará a ser uma equipa com muita concentração e extremamente inteligente. Só desta forma conseguiremos aquilo que almejamos, que é vencer Itália e jogar bom futebol”, completou Milheiro.

Neste contexto, o selecionador português mantinha a aposta em Hugo Félix, Rodrigo Ribeiro e Carlos Borges no trio de ataque, trocando Diogo Prioste e Yanis da Rocha por Nuno Félix e Samuel Justo no meio-campo. Do outro lado, numa Itália que goleou Malta na primeira jornada, o destaque ia para a titularidade de Cher Ndour, jovem médio italiano que realizou parte da formação no Benfica e chegou a estrear-se pela equipa principal e que já este verão assinou pelo PSG.

Portugal começou melhor, procurando inserir-se no meio-campo adversário logo nos instantes iniciais, mas acabou por sofrer o primeiro golo na primeira aproximação de Itália à baliza de Gonçalo Ribeiro: num canto cobrado à maneira curta, Hasa cruzou para o segundo poste e Lipani foi mais forte do que Gonçalo Esteves e Samuel Justo para cabecear e abrir o marcador (6′). A Seleção Nacional tentou reagir, ficando perto do golo por intermédio de Martim Marques (11′) e Gustavo Sá (23′), e acabou mesmo por chegar ao empate através de Rodrigo Ribeiro, que desviou um pontapé inicial de Carlos Borges na sequência de uma recuperação de bola de Sá em zona alta (35′).

Ainda antes do fim da primeira parte, mesmo nos últimos instantes, Itália ficou reduzida a 10 elementos devido à expulsão de Lipani, que viu cartão vermelho direto depois de atingir Gustavo Sá na cara com o braço. Joaquim Milheiro não fez substituições ao intervalo e Portugal confirmou a reviravolta no marcador ainda dentro do quarto de hora inicial, com Gustavo Sá a responder a uma assistência de Rodrigo Ribeiro (57′).

Itália procurou responder com substituições, lançando Esposito e Amatucci, mas a superioridade portuguesa — muito engrossada pela mesma superioridade numérica — já era impossível de controlar. Gabriel Brás fez o terceiro golo a cerca de 20 minutos do fim (68′), Hugo Félix carimbou a goleada nos últimos minutos (88′) e João Gonçalves, já nos descontos, fechou as contas (90+1′).

Portugal goleou Itália e carimbou o apuramento para as meias-finais do Europeu Sub-19, encontrando Malta no próximo domingo já qualificado e à espera de conhecer o adversário da próxima ronda.