Saiu-lhe como um desabafo após a eliminação na final da Conferência Oeste que os LA Lakers perderam para os Denver Nuggets. “Vamos ver o que acontece daqui para a frente. Não sei. Não sei. Tenho muito em que pensar, para ser honesto. Pessoalmente, tenho muito em que pensar sobre a ideia de seguir em frente a jogar basquetebol”, disse Lebron James, dando a entender que poderia estar a refletir sobre abandonar o basquetebol.

Aquele foi um momento particular para Lebron James. O desaire contra os Nuggets levou a que, apenas pela segunda vez em 20 anos de carreira na NBA, o King caísse nas finais de Conferência. A única vez que isso tinha acontecido foi em 2009 quando, ainda nos Cleveland Cavaliers, cedeu perante os Orlando Magic e falhou a discussão do título. Ao todo, entre Este e Oeste, foram dez finais de Conferência vencidas que conduziram a quatro títulos.

“Vamos ver o que acontece. Tenho muito em que pensar.” Pela primeira vez e depois da eliminação dos Lakers, LeBron abre a porta ao adeus

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Em simultâneo, a passagem pelos Lakers está a ser a menos bem sucedida da sua carreira. Nas cinco temporadas em que esteve em Los Angeles, falhou tantas vezes os playoffs (duas) como em 14 entre Cleveland Cavaliers e Miami Heat.

Lebron James veio agora esclarecer o que nunca tinha chegado a anunciar de forma clara. Ou então, o prazo que estabeleceu para refletir sobre a continuidade da sua carreira terminou. “Nos meus 20 anos a jogar basquetebol e em todos os anos anteriores, nunca enganei o jogo e nunca vou dar isso como garantido”, começou por dizer na cerimónia de entrega dos prémios ESPY, atribuídos pela ESPN em Hollywood, onde ganhou na categoria Record Breaking Performance por ter ultrapassado Kareem Abdul-Jabbar e se ter tornado no melhor marcador de sempre da NBA. “Podem-me adorar… E sei que muitos de vocês me odeiam também. Mas uma coisa que vocês vão sempre fazer é respeitar e apreciar o que dei a este jogo”.

LeBron chegou onde não tinha sonhado e é o melhor marcador de todos os tempos. No entanto, só quer ter “uma vida normal”

“Quando a época terminou, disse que não tinha a certeza sobre se ia continuar a jogar. Naquele momento, estava a perguntar a mim próprio se ainda conseguia jogar sem enganar o jogo, se ainda conseguia dar o máximo. A verdade é que tenho feito esta pergunta a mim próprio no final da época há alguns anos, só nunca tinha falado abertamente sobre ela. Não quero saber quantos pontos marco ou o que posso ou não fazer em quadra. A verdadeira questão para mim é: ‘Posso jogar sem enganar o jogo?’. O dia em que não conseguir dar tudo em campo, é o dia em que acabou. Felizmente para vocês, esse dia não é hoje”, explicou Lebron James.

Lebron James subiu ao palco para receber o troféu junto da família. O basquetebolista já admitiu que deseja jogar com o filho Bronny, o mais velho de três, na NBA. O jovem que entrou em maio na universidade de USC vai ficar elegível no draft a partir de 2024. A mulher, Savannah, não tem dúvidas em eleger o marido como o melhor jogador de sempre. “A lenda, o rei, e sim… o G.O.A.T. [melhor de todos os tempos]”.

A cerimónia homenageou ainda Carmelo Anthony que anunciou o fim da carreira. O grande vencedor da noite foi Patrick Mahomes que acumulou o prémio de Atleta Masculino do Ano com o de Melhor jogador da NFL. Lionel Messi venceu os troféus de Melhor Jogador de Futebol e de Melhor Desempenho num Campeonato.