O grupo de ativistas português Climáximo encheu com cimento buracos de um campo de golf em Oeiras, num protesto contra “a desigualdade no acesso à água e a responsabilidade acrescida da alta classe pela crise climática”. Na ação, que decorreu esta quinta-feira à noite e que terá deixado o campo inutilizável, trocaram também as bandeiras características do campo por outras com a frase “Seca brutal, injustiça social!”.
Em comunicado, o grupo afirma que fotografou, no local, aspersores que consumiam quantidades que considera “incompreensíveis” de água para regar a relva de um desporto que acreditam ser de “alta classe”. “A crise climática e a escassez de recursos vindoura irão acentuar desigualdades já existentes na nossa sociedade, onde 1% detém a maior parte da riqueza, enquanto pessoas comuns lutam por uma vida digna. É urgente cortar emissões e gerir recursos com vista ao interesse público”, alertam os ativistas.
O protesto desta quinta-feira surge numa altura em que o planeta Terra registou o junho mais quente de sempre e se verificou a “semana mais quente desde que já registo, coincidente com uma vaga global de fenómenos climáticos extremos”. Os ativistas, que consideram que não é possível “tolerar os luxos dos ultra-ricos enquanto o planeta arde à sua conta e a água comum escasseia”, relembram ainda que “mais de 80% do território português está em seca desde abril”.
Clima. Planeta vive mês de junho mais quente desde que há registos