O último encontro entre Carlos Alcaraz e Daniil Medvedev tinha sido em março, há quatro meses, na final de Indian Wells. Na altura, numa fase de preparação para Roland Garros, o tenista espanhol não deu hipótese ao russo e venceu em dois sets, conquistando o oitavo título ATP da carreira — e deixando o adversário com uma vontade clara de obter a desforra.
Esta sexta-feira, os tais quatro meses depois, Medvedev tinha a possibilidade de se vingar da derrota em Indian Wells. Nas meias-finais de Wimbledon, já depois de Djokovic vencer Sinner e carimbar o passaporte para a final do Grand Slam britânico, espanhol e russo reencontravam-se com o objetivo de fazer companhia ao sérvio na partida decisiva do próximo domingo.
“Ele é um grande jogador e vai ser difícil para nós. O Alcaraz deu cabo dele na última vez que jogaram, portanto, teremos de ser muito melhores. Vamos ver. Espero que tenhamos preparado bem a nossa estratégia, para sermos melhores e ganhar”, explicou Gilles Cervara, o treinador de Medvedev, que também recordava que o russo ainda não tinha jogado no court central do All England Club, enquanto que o espanhol tinha realizado todas as partidas no campo principal do recinto britânico.
Em comum, Medvedev e Alcaraz tinham desde logo o facto de nunca terem chegado tão longe em Wimbledon. A separá-los, Medvedev e Alcaraz tinham desde logo o facto de o primeiro não ter ido além da primeira ronda em Roland Garros e da terceira na Austrália e de o segundo ter chegado às meias-finais em Paris e ser o atual número 1 mundial. O tenista espanhol continua a manter o estatuto de coqueluche do ténis internacional, procurando a segunda final de Grand Slam da carreira e repetindo as jogadas impressionantes que correm o mundo, e conquistou até… Gary Lineker.
Off to a flyer ⚡️@carlosalcaraz claims the first set, 6-3#Wimbledon pic.twitter.com/6otHF7rkcz
— Wimbledon (@Wimbledon) July 14, 2023
“Que talento é Carlos Alcaraz. Parece e movimenta-se como um futebolista, com o poder e a velocidade de Ronaldo misturados com o toque e a sensibilidade de Messi. Mas com uma raquete”, defendeu o antigo internacional inglês, numa consideração que terá agradado ao fã confesso de futebol que vive dentro do espanhol de 20 anos.
Alcaraz venceu o primeiro set com relativa naturalidade (6-3), sublinhando-se o facto de Medvedev defender o serviço do espanhol numa posição muito recuada. O russo nunca esteve em vantagem durante o set, limitando-se a correr atrás da superioridade clara do adversário sem grandes argumentos para discutir o resultado. Medvedev saiu para o balneário no fim do set — e ficava claro que teria de fazer muito mais para discutir um lugar na final.
Carlos Alcaraz is one set from the #Wimbledon final pic.twitter.com/8RPNRElM2a
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O espanhol repetiu a receita no segundo set (6-3), mantendo uma agressividade impossível de contrariar por parte do russo — que a dada altura olhava para o treinador à procura de respostas, claramente sem encontrar soluções. Medvedev respondeu essencialmente no terceiro e decisivo set, quebrando dois serviços de Alcaraz e obrigando o espanhol a vencer um crucial terceiro jogo em que a lógica da partida poderia ter sido totalmente alterada.
O destino, porém, já estava traçado: Carlos Alcaraz não vacilou nos últimos dois jogos do set, repetiu o 6-3 e venceu Daniil Medvedev em menos de duas horas para carimbar presença na segunda final de Grand Slam da carreira, defrontando Novak Djokovic na final de Wimbledon já no próximo domingo.
Clinical Carlos ????????@carlosalcaraz comfortably moves past No.3 seed Daniil Medvedev 6-3, 6-3, 6-3 to move into his first Wimbledon final ????#Wimbledon pic.twitter.com/ZJO1hlYcOI
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