A popularidade surgiu na China por volta de 2012 como consequência do antigo ideal de beleza de que as mulheres deviam ter uma pele clara, como sinal de pureza, a salvo das condições árduas do trabalho do campo.
Mais de 10 anos depois, está de volta e tornou-se a nova moda mais quente deste verão — literalmente. Com os termómetros de várias cidades da China a atingir os 50 graus celsius, e a bater o recorde nacional, os habitantes de Pequim adotaram novamente o uso da facekini.
Composta por “face” (“cara” em inglês) e bikini, a peça de vestuário é complementar ao fato de banho e podemos descrevê-la como uma máscara que cobre toda a cara, deixando apenas à vista os olhos, a boca e, por vezes, o nariz. Mas não serve só para a praia. Apesar de, em parte, o seu uso continuar a ter na origem a preferência por uma pele clara, as facekini têm como objetivo proteger a pele do sol e dos raios ultravioleta.
“A principal preocupação que tenho são as potenciais doenças de pele ou o desenvolvimento de manchas solares”, explicou Li Xuyan, uma estudante de 17 anos que estava a visitar uma zona turística em Pequim com a mãe, ambas a usar uma facekini, conta o The Guardian.
Assim como na Europa, a China tem vivido dias quentes com o recorde de calor no país a ser quebrado no domingo, quando as temperaturas na cidade de Sanbao chegaram aos 52,2 graus Celcius.
Os longos períodos de temperaturas elevadas na China têm afetado as redes elétricas e as colheitas, aumentando as preocupações para uma possível repetição da seca do ano passado, considerada a mais grave dos últimos 60 anos.
Por enquanto, nos países europeus a facekini ainda não é uma tendência. Para suportarem o calor que o anticiclone Cerberus tem trazido nas últimas semanas, as pessoas continuam a ter como preferência o uso de chapéus, óculos de sol, leques e fontes.