Os tripulantes de cabine da companhia aérea easyJet dão esta sexta-feira início a uma greve que se prolonga até terça-feira para reivindicar condições semelhantes às das bases da transportadora noutros países.
Em 6 de julho, a proposta da easyJet foi “chumbada” por 90% dos tripulantes de cabine do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC).
O SNPVAC referiu nessa altura que “não existe mais espaço a negociação”, não restando alternativa “se não declarar um pré-aviso de greve para os próximos dias 21, 22, 23, 24 e 25 de julho”.
Os tripulantes de cabine da easyJet vão, assim, cumprir a terceira greve nos últimos meses, depois de uma paralisação em abril e outra no fim de maio e início de junho, reivindicando condições semelhantes para os tripulantes das bases portugueses às dos das bases noutros países.
Companhia aérea EasyJet cancela quase 2.000 voos neste verão
Após meses de reuniões com a empresa, o SNPVAC admite estar alinhado com alguns pontos da proposta da easyJet, mas não compreende a postura da companhia relativamente ao salário base, “que representa quase dois terços” do total do salário.
“Lamentamos profundamente que a empresa continue a considerar que um FA [tripulante de cabine, na sigla inglesa] português deva receber, no fim dos três anos de aumentos, menos 90% de salário base do que um colega francês”, sublinhou o SNPVAC.
O sindicato disse depois que easyJet tinha cancelado, até 10 de julho, 350 voos nos dias previstos para o período da greve, correspondendo a 69% dos voos que partiriam do Porto, Lisboa e Faro.
A easyJet, por sua vez, manifestou-se desapontada com a greve e acusou o sindicato de continuar com exigências impraticáveis, reivindicando aumentos “que não demonstram qualquer sentido de realidade”.
EasyJet desapontada com nova greve acusa tripulantes de exigências impraticáveis
“Estamos extremamente desapontados com o facto de o SNPVAC estar a planear novas ações de greve, apesar da nossa vontade de prosseguir um diálogo construtivo com o objetivo de chegar a um acordo sustentável”, disse a companhia aérea em comunicado, acrescentando que, apesar dos seus esforços, as exigências do sindicato “continuam a ser impraticáveis, com aumentos propostos que não demonstram qualquer sentido de realidade”.