O artista Pedro Barateiro vai apresentar a performance “My body, this paper, this fire” na quarta-feira, no âmbito da primeira Bienal de Arte Performática de Vilnius, na Lituânia, que decorre até 6 de agosto.

A bienal, inaugurada no domingo, faz parte das celebrações dos 700 anos da capital lituana, é dirigida por Diana Stomiene e tem como diretora artística Neringa Bumbliene, decorrendo em espaços públicos e semi-públicos da capital lituana com um programa de 40 performances.

“My body, this paper, this fire” será apresentada por Pedro Barateiro na National Gallery of Art, e parte de um relato pessoal da manifestação estudantil de 24 de novembro de 1994 em frente ao parlamento português, em Lisboa, como indica o texto de apresentação da Galeria Filomena Soares, que representa o artista.

“O que começou como uma reunião de 1.000 estudantes, em resultado da brutalidade policial, multiplicou-se em protestos em larga escala envolvendo 20.000 pessoas por todo o país. A manifestação foi o evento mais violento até à data desde a queda do regime fascista em Portugal em 1974”, recorda, sobre os acontecimentos da época.

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Na performance, Pedro Barateiro parte de um abraço afetuoso entre duas pessoas, e conduz os espectadores por vários cenários distópicos, delineando “a fragilidade e o poder de um indivíduo no contexto de lutas coletivas maiores, com foco na importância do toque pessoal e de atos simples de afeto”.

A apresentação da criação de Pedro Barateiro faz parte de um programa curatorial que inclui ainda trabalhos de Egle Budvytyte e Marija Olsauskaite, Adam Christensen, Dorota Gaweda ae Egle Kulbokaite, Liam Gillick e Anton Vidokle, Eye Gymnastics (Viktorija Damerell ae Gaile Griciute) e Kris Lemsalu, Robertas Narkus e Emilija Skarnulyte.

Nascido em Lisboa, em 1979, Pedro Barateiro trabalha em desenho, escultura, cinema, performance e escrita, com foco na desconstrução das narrativas binárias da cultura ocidental.

Tem participado em bienais internacionais, nomeadamente em Busan (2006), Berlim e Sydney (2008), seguidamente em São Paulo (2010) e em Sharjah (2016).

Apresentou exposições individuais em instituições como o Museu de Serralves, no Porto, em 2009, na Kunsthalle Basel, na Suíça, e na Kunsthalle Lissabon, em 2010, e em Kettle’s Yard em Cambridge, Reino Unido, em 2013.

Editou vários livros, incluindo a monografia “How to Make a Mask”, publicada pela Kunsthalle Lissabon e Sternberg Press, “The Artist as Spectator” e “Just a Wound”, pela Mousse Publishing.