A uma semana do início da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa, com a presença do Papa Francisco, o principal responsável pela organização do evento, o bispo D. Américo Aguiar, confirmou ao Observador que já estão totalmente inscritos e “a caminho de Lisboa” 347 mil jovens de praticamente todos os países do mundo — o que significa que o número total de participantes se deverá cifrar entre 1 e 1,2 milhões.
Numa entrevista ao programa “Geração Francisco”, um podcast da Rádio Observador sobre a JMJ que vai para o ar integralmente na próxima sexta-feira às 14h00, D. Américo Aguiar sublinhou que, neste momento, 700 mil jovens já iniciaram o processo de inscrição na JMJ, 501 mil já avançaram para a segunda fase e 347 mil já finalizaram a sua inscrição.
“Nós estamos naquele intervalo, que é onde acho que vamos ficar, entre Cracóvia e Madrid. Cracóvia teve 363 mil inscritos e Madrid teve 400 e poucos mil inscritos. Acho que vamos ficar aqui no meio das duas”, disse D. Américo Aguiar.
Segundo a página da organização da JMJ, a edição de Cracóvia, em 2016, teve “mais de um milhão e meio de jovens”, enquanto a edição de Madrid, em 2011, contou com a participação de “cerca de 2 milhões de peregrinos”. Isto deve-se ao facto de uma grande maioria de participantes não formalizar a sua inscrição. Além disso, a edição de Cracóvia foi especialmente concorrida tendo em conta que se realizou na terra-natal de João Paulo II, o Papa que fundou a JMJ. O historial das edições anteriores da JMJ, que já se realiza em diferentes países do mundo desde a década de 1980, permite concluir que é preciso multiplicar “por dois ou três” o número de inscritos para obter o número final de participantes, disse D. Américo Aguiar.
“Nós somos todos iguais, independentemente do país e da cultura: ‘Tu inscreves-te para ter os dados e nós vamos todos.’ É assim que as coisas acontecem”, esclareceu o bispo. “Nós dizemos isto desde o início e convém esclarecer: todas as pessoas podem participar na Jornada sem se inscreverem e sem colaborarem financeiramente em nada. É acesso livre. Portanto, há sempre esta questão. Aqueles que se inscrevem e se sentem corresponsáveis pela organização, e depois a esmagadora maioria que participa.”
Na entrevista, D. Américo Aguiar, que foi recentemente nomeado cardeal pelo Papa Francisco, sublinhou ainda que existem ainda espaços de alojamento mais do que suficientes para os inscritos — entre famílias de acolhimento (na ordem das milhares) e dos espaços coletivos, como pavilhões desportivos e salões paroquiais (na ordem das centenas de milhares de espaços).
“Temos mais lugares do que estes disponíveis. Vamos ver até onde é que os números alargam. E depois, como acontece noutras Jornadas, é que os lugares acabam também depois por ser absorvidos pelos não inscritos, que acabam por também se aproximar e solicitar a nossa ajuda para serem alojados”, explicou D. Américo Aguiar.