O risco de incêndio para esta quarta-feira continua muito alto ou extremo para várias regiões do Mediterrâneo, de acordo com os dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS). A ilha da Sicília é a região que tem (ou teve) mais incêndios ativos nas últimas 24 horas comparativamente com a área ocupada, sendo também grande o número de incêndios ativos em Itália (no mesmo período).

O sul da Grécia, o oeste da Turquia, o Kosovo, a Sicília e o norte da Algéria e Tunísia estão entre as regiões que apresentam risco extremo (o nível mais alto). Com risco muito elevado estão também a Península Ibérica (exceto no norte da península), o sul de França (nomeadamente a região de Marselha), a Córsega e a Sardenha, quase toda a Itália (com exceção do nordeste) e quase toda a envolvente do mar Negro (incluindo Bulgária, Roménia, Moldávia, Ucrânia e Rússia).

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Os incêndios no Mediterrâneo, resultado da longa onda de calor que atinge a região há semanas, provocam nuvens de fumo e deixam partículas em suspensão detetáveis pelas imagens de satélite, como mostra o vídeo da plataforma Copernicus. Os fogos da Grécia provocaram a maior emissão de carbono, para este período, dos últimos 21 anos.

Argélia e Tunísia

Os incêndios na Argélia provocaram, pelo menos, 34 mortos, entre os quais 10 militares, de acordo com fonte do Ministério da Defesa argelino. Os militares mortes e outros 25 feridos faziam parte de um regimento em Beni K’sila, que acabou por ser evacuada devido ao incêndio que teve início no domingo.

No ano passado, em agosto, morreram 37 pessoas na Argélia por causa dos incêndios; no ano anterior foram 90.

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Esta quarta-feira, todos os incêndios florestais na Argélia (perto de 100), com exceção da província de Skikda, tinham sido dados como controlados, de acordo com a Proteção Civil do país, noticiou a AL24News. O incêndio de Skikda deverá ser controlado ainda durante o dia de quarta-feira.

Os fogos da Argélia atingiram a Tunísia (a oeste) e obrigaram ao encerramento da fronteira em Meloula. Mais de 2.500 habitantes desta região tiveram de ser retirados das aldeias onde viviam e, pelo menos, 200 ficaram feridas (com queimaduras ou problemas respiratórios).

Mapa de incêndios ativos nas últimas 24 horas, a 26 de julho

Mapa de incêndios ativos em 26 de julho e nas 24 horas anteriores — EFFIS

Grécia

Nas últimas 24 horas, tiveram início 61 incêndios na Grécia. Os incêndios no centro do país, junto às cidades de Velestino e Lamnia, obrigaram à evacuação de várias localidades.

Os incêndios que fustigam a Grécia há mais de uma semana já provocaram a morte de três pessoas e obrigaram à maior evacuação da história do país: 20.000 pessoas tiveram de deixar as suas casas ou hóteis na ilha de Rodes durante o fim de semana e 2.500 foram retiradas da ilha de Corfu.

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Os incêndios de Rodes estão longe de estar controlados e já foi declarado o estado de emergência na ilha, que estará em vigor por um período de seis meses. Das 13 regiões gregas, seis delas estão em risco extremo de incêndio esta quarta-feira, de acordo com o Ministério da Proteção Civil. A forças de proteção civil gregas estão a combater 500 incêndios há 12 dias, segundo o ministro Vassilis Kikilia.

Itália

Itália enfrenta problemas não só com os fogos florestais e a onda de calor, mas também com as tempestades que já mataram, pelo menos, sete pessoas. As tempestades afetam sobretudo o norte, com o calor e os fogos a atingirem o centro e sul — há registo de, pelo menos, três mortos.

Entre domingo e terça-feira, os bombeiros italianos tinham combatido cerca de 1.400 fogos, incluindo 650 na Sicília e 390 na Calábria. Em Palermo, o Ministério Público está a investigar dezenas de incêndios que podem ter origem criminosa.

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O calor na Sicília não traz apenas os incêndios. As temperaturas próximas dos 50ºC derreteram os cabos que se encontram enterrados no solo, centenas de pessoas ficaram sem energia ou sem água.

Da Península Ibérica aos Balcãs

Esta quarta-feira, havia 30 concelhos em risco máximo de incêndio em Portugal, sobretudo do centro interior ao Algarve. Em Espanha, o incêndio na ilha Gran Canária obrigou à retirada de centenas de pessoas.

Em França, cerca de 100 bombeiros tentavam conter o incêndio junto ao aeroporto de Nice e 300 combatiam incêndios junto à cidade de Arles, ambas as cidades no sul do país.

O sul da Croácia também foi atingido pelos incêndios, nomeadamente as regiões de Dubrovnik e Split, junto ao mar Adriático. Duas aeronaves de combate aos incêndios foram destacadas para Dubrovnik, mas os ventos fortes obrigaram à interrupção das operações.