Seria insólito o FC Porto realizar um jogo de apresentação só com uma cara nova no plantel para mostrar aos sócios. Então, sensivelmente uma hora antes da partida com o Rayo Vallecano, o último encontro particular dos azuis e brancos antes da Supertaça, os dragões oficializaram a chegada de Nico González para reforçar o meio-campo da equipa de Sérgio Conceição, evitando que Fran Navarro, que até já jogava em Portugal e tinha marcado no Estádio do Dragão, fosse a única novidade.

Ainda bem que os milhares de adeptos que estiveram presentes no regresso a casa do FC Porto foram ver a bola por amor à camisola, porque Nico González ficou na bancada. Antes de subir à tribuna, o espanhol proveniente do FC Barcelona, aos canais do clube, expressou o que lhe ia na alma.

“Estou muito feliz e entusiasmado. Tenho muita vontade de começar e de conhecer toda a gente. Hoje vi o Estádio do Dragão pela primeira vez e não posso ter mais vontade de começar a jogar aqui. Desde que surgiram os rumores, toda a gente me falou bem do FC Porto. Tive alguns companheiros portugueses que falaram muito bem e toda a gente criou grandes expectativas em relação ao clube”.

Ao que parece, ambição também não falta ao médio que esteve emprestado ao Valência na temporada passada. “Enquanto profissional, ainda não tive o privilégio de conquistar um título, por isso, só penso em ficar a 100% para o primeiro jogo oficial da época, pois pode ser o meu primeiro título”.

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A sede de troféus de Nico González parece vir das referências. “Tenho muita vontade de conhecer toda a gente, sobretudo o Pepe, que é um grande exemplo e com quem posso aprender muito. Aos adeptos posso prometer muito sacrifício e muito trabalho no campo, mas sobretudo que vou lutar para dar-lhes títulos”.

O “superdotado ao quadrado” que trocou a Administração de Empresas pela Gestão de uma equipa: Nico González é reforço do FC Porto

Também de regressos se fez o jogo particular entre o FC Porto e o Rayo Vallecano. Radamel Falcao, antigo jogador dos dragões, atualmente representa o clube espanhol. De azul e branco ganhou uma Liga Europa, dois Campeonatos Nacionais, duas Taças de Portugal e duas Supertaças.

“Os adeptos do FC Porto nunca deixaram de me apoiar, sempre me fizeram sentir parte da instituição e que fui importante para o clube. Isso sempre me encheu o coração”, disse o avançado colombiano aos canais dos dragões.

“Os golos ao Benfica e o título da Liga Europa foram algo de maravilhoso para o clube, para mim e para a minha família. Tenho uma grande relação com as pessoas do clube e com os meus companheiros de equipa da altura. Continuamos em contacto. Foi um grupo maravilhoso e até hoje continuamos em contacto. É difícil vir cá com outra camisola, defender outras cores, o carinho é mútuo, mas tenho de saber gerir isso”.

O FC Porto defrontou o Rayo Vallecano sem reforços no onze inicial. Grujic e Eustáquio foram a dupla de meio-campo. Na frente, Taremi e Toni Martínez assumiram as despesas do ataque com o apoio de Galeno e de Otávio nos flanco. Pepê foi lateral-direto. Devido à ausência de Diogo Costa, a recuperar de um toque sofrido no treino, Cláudio Ramos esteve na baliza.

Apesar de Sérgio Conceição não ter apresentado novos nomes, o treinador do FC Porto tem ainda que fazer ajustes na equipa para que esta possa ter um melhor rendimento no clássico contra o Benfica. Os dragões não conseguiram ser eficientes no ataque à profundidade com diagonais curtas em frente à área que tantas vezes deixam os avançados do FC Porto cara a cara com o guarda-redes. Só com remates de fora de área é que o a equipa da Invicta conseguiu assustar ligeiramente. Lances como aquele que Pepê tentou no final da primeira parte podiam muito bem receber o epíteto de perigosos.

Em cima do intervalo, Otávio caiu dentro da área, mas sem que fosse assinalada grande penalidade. Zaidu foi mais astuto na forma como se fez à relva, derrubado por Isi Palazón. Taremi perdeu o duelo com o guarda-redes do Rayo, Stole Dimitrievski, na cobrança da grande penalidade. Faltava sangue novo, definitivamente. Galeno pisou a bola para as costas, onde apareceu, para ficar muito perto do golo, Fran Navarro, também ele reforço para esta temporada.

A carência de opções para o lado direito da defesa, levou Sérgio Conceição a experimentar Rodrigo Pinheiro. Foi precisamente no espaço à responsabilidade do jovem de 20 anos que Álvaro García (81′) recebeu um cruzamento largo e desferiu um remate enrolado como um pergaminho onde se podia ler que a história ainda não estava toda escrita.

O FC Porto entrou num rodízio de substituições, entre as trocas que até chegaram à baliza, Romário Baró e Danny Loader foram lançados. O médio cruzou para o avançado e, de mudanças realizadas por Sérgio Conceição apenas para dar alguns minutos a jogadores que não vão ser tão utilizados ao longo da época, nasceu o empate em período de compensação. O avançado inglês, oito minutos para lá dos 90, fez o 1-1 de cabeça.