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A China impôs esta terça-feira restrições à exportação de aeronaves aéreas não tripuladas (drones) civis de longo alcance, citando a guerra na Ucrânia e a preocupação de que os aparelhos possam ser convertidos para uso militar. Pequim mantém uma relação próxima com Moscovo, mas defende ser neutra na guerra, que dura há 17 meses. Informações divulgadas por diferentes órgãos indicaram que ambos os lados no conflito usaram drones de fabrico chinês para operações de reconhecimento e, possivelmente, ataques.

Os controlos sobre a exportação vão entrar esta terça-feira em vigor, visando impedir o uso de drones para “fins não pacíficos”, disse o Ministério do Comércio chinês, em comunicado. O organismo disse que alguns aparelhos vão continuar a poder ser exportados. A China é um dos principais desenvolvedores e exportadores de drones.

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A DJI Technology, uma das maiores empresas da indústria a nível global, anunciou, em abril de 2022, que ia abandonar as suas operações na Rússia e na Ucrânia, para evitar que os seus drones fossem usados em combate. “O risco de alguns veículos aéreos não tripulados civis de alta precisão e alto desempenho serem convertidos para uso militar está constantemente a aumentar”, disse o ministério.

As restrições vão ser aplicadas a drones que podem voar além da distância de visão natural dos operadores ou permanecer no ar por mais de 30 minutos e que possuem acessórios que podem lançar objetos. “Desde o início da crise na Ucrânia, algumas empresas civis chinesas de drones suspenderam voluntariamente as suas operações em áreas de conflito”, apontou o ministério. O organismo acusou os Estados Unidos e a imprensa ocidental de espalharem “informações falsas” sobre as exportações de drones chineses.

O governo defendeu na sexta-feira as suas transações com a Rússia como “cooperação económica e comercial normal“, depois de um relatório dos serviços de inteligência dos EUA ter indicado que Pequim possivelmente exportou equipamento que pode ter aplicações militares. O relatório citou dados alfandegários russos que indicam que empreiteiros militares estatais chineses forneceram drones, equipamentos de navegação, peças de caças e outros produtos.

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O governo norte-americano advertiu Pequim para consequências não especificadas se apoiar o esforço de guerra do Kremlin. O relatório não disse se algum dos negócios citados poderia desencadear uma retaliação norte-americana. O Presidente chinês, Xi Jinping, e o homólogo russo, Vladimir Putin, declararam, antes da invasão iniciada em fevereiro de 2022, uma amizade “sem limites” entre os dois países. Pequim bloqueou os esforços para condenar Moscovo nas Nações Unidas e repetiu as justificações russas para o ataque.

A China “sempre se opôs ao uso de drones civis para fins militares“, disse o Ministério do Comércio. “A expansão moderada do controlo de drones pela China é uma medida importante para demonstrar a responsabilidade de um grande país”, acrescentou. O governo ucraniano apelou à DJI, em março de 2022, para parar de vender drones que a Rússia estava a usar para direcionar ataques com mísseis. A DJI rejeitou alegações de que partilhou com a Rússia dados sobre as posições militares da Ucrânia.

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