O Brasil registou no mês de julho a maior redução de sempre de desmatamento na Amazónia e uma redução de 42,5% desde a chegada de Lula da Silva à presidência brasileira, indicam esta quinta-feira dados oficiais.

Estes dados positivos são resultados de “política pública com base em evidência”, sustentados “com muita ciência” e que demonstram o regresso “das políticas ambientais e o respeito pelas instituições“, enfatizou a ministra do Ambiente do Brasil, em conferência de imprensa, realizada na sede do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, em Brasília.

Estes resultados são consequência de um trabalho das instituições de prevenção e de atuação na Amazónia que “foram ameaçados, censurados pelo Governo anterior“, frisou, referindo-se ao ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, que chefiou o país entre 2019 e 2022.

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Ao apresentar os resultados históricos de julho na Amazónia, que tiveram uma queda de 66% em relação ao ano anterior, o coordenador-geral de Ciências da Terra, Gilvan Sampaio, recordou que este mês costuma ser “intenso para o desmatamento” porque é o período com menor pluviosidade e o mais favorável às atividades de desflorestação.

Os altos números divulgados durante o Governo de Jair Bolsonaro “causavam constrangimento e esta quinta-feira vemos a casa aberta sem medos de apresentar os resultados“, disse.

De janeiro a julho, a Amazónia brasileira perdeu 3.149 quilómetros quadrados de vegetação, uma redução de 42,5% em relação ao período homólogo de 2022.

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Este valor inverteu a tendência de aumento da devastação registada nos últimos meses do Governo de Bolsonaro, que cresceu 54,1% em termos anuais entre agosto e dezembro de 2022.

Há um “mudança na curva: saímos de aceleração, para redução“, enfatizou, durante a apresentação dos resultados, o secretário do Ambiente do Brasil, João Paulo Capobianco, frisando que deixou de haver “complacência em relação ao desmatamento”.

O responsável detalhou ainda existir uma relação direta “entre as atuações no terreno e os dados de desmatamento“.

Em comparação com o período anterior houve um aumento de 216% dos autos de infração, uma subida de 147% nas multas e um aumento de 254% de bens apreendidos, desde embarcações, a avionetas.

Um sinal negativo foi o aumento do desmatamento no Cerrado que subiu 20,7% de janeiro a julho, em comparação com mesmo período do ano passado.

O responsável justificou os números com a “grande concentração na Amazónia dos meios de combate, havendo “menos tempo de ação direta no campo”, mas também pelo facto de a percentagem de desmatamento legal no Cerrado ser muito superior ao permitido na Amazónia.

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Ainda assim, as autoridades pretendem divulgar em outubro um plano de combate ao desmatamento no Cerrado.