O Governo peruano prorrogou, por 30 dias, o estado de emergência na região de Puno, no sudeste do Peru, para que as Forças Armadas deem apoio à Polícia Nacional no controlo da ordem interna.
A região andina de Puno, no sul do país, encontra-se em estado de emergência desde o início deste ano, quando eclodiram os protestos contra a Presidente peruana Dina Boluarte e o Congresso, devido às mobilizações maciças e aos bloqueios de estradas que praticamente paralisaram a região entre janeiro e fevereiro, provocando a morte de 18 pessoas na cidade de Juliaca durante os confrontos com as forças de segurança.
O Peru não tem vice-presidentes desde que Boluarte, antiga vice-presidente, tomou posse como chefe de Estado em 07 de dezembro, após o anterior presidente Pedro Castillo ter sido afastado e detido por tentar fazer um golpe de Estado.
De acordo com um decreto assinado pela Presidente e por vários ministros de Estado, a restrição ou a suspensão do exercício dos direitos constitucionais relativos à inviolabilidade do domicílio, à liberdade de circulação no território, à liberdade de reunião e à liberdade e segurança pessoais, manter-se-á na região peruana de Puno.
Em maio passado, a Comissão Interamericana dos Direitos do Homem (CIDH) condenou a violência policial registada no Peru durante as manifestações que se seguiram ao fracassado golpe de Estado liderado pelo antigo presidente Pedro Castillo e afirmou ter detetado casos de “execuções extrajudiciais” na região de Ayacucho.
“Por terem sido levadas a cabo por agentes do Estado, as mortes podem ser vistas como execuções extrajudiciais”, disse a organização com sede em Washington, num extenso relatório sobre a situação dos Direitos Humanos no país.
As manifestações de protesto no Peru e os confrontos com as forças policiais causaram a morte a 49 pessoas, sendo que outras 20 foram assassinadas desde dezembro até fevereiro deste ano.