O combate ao incêndio florestal que mobilizava mais meios na manhã deste domingo, e que começou há dois dias em Castelo Branco, entrou em fase de resolução, afirmou o comando da Proteção Civil no terreno.

“Neste momento, temos o incêndio todo em resolução”, disse o segundo Comandante Regional de Emergência e Proteção Civil do Alentejo, José Guilherme, que falava à agência Lusa no final do ‘briefing’ sobre o ponto de situação daquele fogo, este domingo.

Durante a tarde, houve “pequenas reativações, mas, devido à rapidez [de resposta], quer dos meios terrestres quer dos meios aéreos, foi possível debelar essas reativações”, acrescentou.

Apesar disso, José Guilherme vincou que o facto de o incêndio estar agora em fase de resolução isso não significa um “desgraduar da atenção ao perímetro de incêndio”, mantendo-se “todos os trabalhos de consolidação e de rescaldo”.

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O perímetro do incêndio ascende a cerca de 60 quilómetros, tendo ardido 7.000 hectares de um potencial “para cerca de 20.000 hectares”, referiu.

Face à extensão do perímetro e às temperaturas altas registadas na zona, o trabalho de rescaldo deverá durar “várias horas, se calhar dias”, constatou.

Durante o ‘briefing’, o responsável deu também nota de que há um total de 14 feridos ligeiros, entre os quais um civil e um militar, não havendo “qualquer ferido hospitalizado”.

Devido a novos incêndios que deflagraram na zona do distrito de Santarém, foi necessário “desmobilizar alguns meios para dar apoio a outros novos incêndios”, levando a uma redução do efetivo no terreno, avançou José Guilherme.

Face ao fogo, os municípios de Castelo Branco e Proença-a-Nova ativaram os seus planos municipais de emergência e proteção civil.

O segundo comandante da proteção civil adiantou ainda que neste momento não existem quaisquer vias de comunicação interditas ou encerradas à circulação rodoviária, mas deixou um apelo para que as pessoas utilizem essas vias só em caso de necessidade, uma vez que continuam por lá a circular muitas viaturas da Proteção Civil e de outras entidades que se encontram no combate ao incêndio.

Castelo Branco e Proença-a-Nova declaram situação de alerta

Esta tarde os municípios de Castelo Branco e Proença-a-Nova declararam a situação de alerta nos seus territórios e ativaram os planos municipais de emergência.

A declaração decorre “da necessidade de adotar medidas preventivas e especiais de reação face ao perigo de incêndio máximo e muito elevado, previsto pelo IPMA [Instituto Português do Mar e da Atmosfera] para o concelho de Castelo Branco, e ainda do forte empenhamento de meios dos vários agentes de proteção civil e entidades com especial dever de cooperação, ao nível municipal, no incêndio rural ocorrido na localidade de Carrascal”, esclareceu a autarquia.

Segundo a nota de imprensa, a situação de alerta determina o acionamento do plano municipal de emergência, a proibição de acesso, circulação e permanência no interior de espaços florestais previamente definidos, proibição de realização de queimadas e proibição total da utilização de fogo de artifício. “Solicita-se a toda a população que não pratique atos negligentes e que esteja atenta a todas as situações que impliquem maior preocupação”, apelou aquela autarquia.

A Câmara de Proença-a-Nova, concelho vizinho que é igualmente afetado pelo incêndio que progride desde sexta-feira, também declarou hoje a situação de alerta e ativou o seu plano municipal de emergência, disse à agência Lusa o presidente da autarquia, João Lobo, referindo que a comissão de proteção civil municipal reuniu hoje e foi “unânime” na tomada de tal decisão. A declaração de situação de alerta “permite agilizar algum tipo de trabalhos e ativar determinados meios”, explicou.

No combate ao incêndio de Castelo Branco, e que entretanto se alastrou ao concelho de Proença-a-Nova, estavam envolvidos, às 16h deste domingo, 1.104 operacionais, 376 veículos e quatro meios aéreos.

O fogo não tem frente ativas, mas existem vários pontos quentes, afirmaram autarcas, confirmando que os trabalhos evoluem de forma favorável. “Temos dois pontos quentes, mas que estão circunscritos”, disse à agência Lusa o presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues.

Também no concelho vizinho de Proença-a-Nova não há qualquer frente ativa, mas “três pontos quentes que ainda suscitam apreensão”, afirmou à Lusa o presidente da Câmara, João Lobo.

“A situação está muito melhor do que no sábado. As ações de combate durante a noite, com a baixa de temperatura, permitiu-nos ter agora uma situação mais favorável”, realçou João Lobo.

No último ‘briefing’ sobre o incêndio de Castelo Branco, realizado às 20:15 de sábado, o segundo Comandante Regional de Emergência e Proteção Civil do Centro, Jody Rato, referiu que o incêndio tinha quatro frentes com bastantes projeções e a estimativa da área ardida estava nos 6.200 hectares. Na noite deste sábado, havia “aldeias confinadas” e “outras onde houve uma retirada temporária da população”. O responsável admitia um “combate difícil”, sendo que a estratégia passava “pela consolidação das áreas ardidas (para evitar reativações)” e pela aposta num “combate indireto”, com recurso a máquinas de rasto.

Incêndio de Castelo Branco chegou a Proença-a-Nova cortou IC8 e provocou seis feridos ligeiros

Notícia atualizada às 19h47 para informar que o incêndio já estava em fase de resolução.