O secretário-geral da ONU, António Guterres, recordou, esta quarta-feira, as vítimas da bomba atómica lançada pelos Estados Unidos em 9 de agosto de 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, e insistiu na necessidade de eliminar as armas nucleares.
“Há 78 anos, foram utilizadas armas atómicas em Nagasaki. Não devemos permitir novamente que tal devastação ocorra. A única maneira de eliminar o risco nuclear é eliminar as armas nucleares”, afirmou Guterres numa mensagem na rede social X (o antigo Twitter).
78 years ago, atomic weapons were used on Nagasaki.
We must never again allow such devastation to occur.
The only way to eliminate the nuclear risk is to eliminate nuclear weapons.
— António Guterres (@antonioguterres) August 8, 2023
O Japão assinala esta quarta-feira o 78.º aniversário do ataque, que matou de imediato mais de 70 mil pessoas e ocorreu três dias depois de um ataque semelhante em Hiroshima, que provocou cerca da 140 mil mortos.
As autoridades de Nagasaki aproveitaram a cerimónia evocativa para apelar às potências nucleares que “mostrem coragem e abandonem a ideia de utilizar as armas nucleares como meio de dissuasão”.
O presidente da câmara de Nagasaki, Shiro Suzuki, afirmou que os países com armas nucleares e “aqueles que se encontram sob a proteção das armas nucleares devem dar um passo em frente e libertar-se desta dependência”.
“Enquanto os Estados dependerem da dissuasão nuclear, não poderemos construir um mundo sem armas nucleares”, afirmou Suzuki.
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, não pôde participar na cerimónia em Nagasaki devido às más condições climatéricas.
Numa mensagem vídeo, Kishida reconheceu que o aumento das tensões e dos conflitos, incluindo a guerra da Rússia contra a Ucrânia, dificultaram o desarmamento nuclear.
“O caminho para o desarmamento nuclear tornou-se mais perigoso devido ao aprofundamento das divisões internacionais e às ameaças nucleares da Rússia”, disse Kishida, citado pela agência espanhola EFE.
Desde que invadiram a Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, as autoridades russas têm avisado o Ocidente de que um envolvimento no conflito pode levar a uma guerra nuclear.
PNG // SCA
Lusa/Fim