Já é dado como “o maior desastre natural” na história do Havai. O número de vítimas mortais provocadas pelos incêndios na ilha de Maui, no arquipélago, continua a aumentar. No último balanço de sexta-feira registam-se 80 mortos, ultrapassando as vítimas do tsunami de 1960, que matou 61 pessoas.
Em declarações à RTP3, Tyler dos Santos-Tam, cônsul honorário de Portugal no Havai, admitiu este sábado que há lusodescendentes desaparecidos, ainda que as autoridades locais ainda não tenham divulgado a lista de vítimas.
“É uma situação triste e difícil”, declarou o responsável em declarações à RTP 3.
Já ontem Josh Green, governador do Havai, citado pelo The Guardian, dizia que “o que vimos foi catastrófico. A extensão da destruição de Lahaina [cidade histórica e turística da ilha de Maui] é chocante. Parece que uma bomba arrasou tudo”.
Joe Biden, Presidente norte-americano, declarou o estado de emergência e aprovou “ajuda federal” para as áreas afetadas. Segundo a CNN, esta assistência pode incluir alojamento temporário, reconstrução de casas, empréstimos e outros programas para ajudar as famílias. Reconstruir a ilha poderá levar vários anos e custar mais de mil milhões de dólares.
Segundo a Reuters, o incêndio de Lahaina que avançou do mato para a cidade está ainda ativo, mas 85% já em contenção, indicou o condado. Há outros dois incêndios na ilha de Maui, mas um deles, em Kanapali, já foi dado como contido a 100%.
Três dias depois dos incêndios terem começado não está ainda claro se os residentes receberam algum tipo de aviso antes do fogo atingir as suas casas. A ilha tem sirenes de emergência para alertar mas, escreve a Reuters, não terão soado durante o alastrar do fogo. O governador do Havai garante que já autorizou uma avaliação global para apurar o que se terá passado.
À Rádio Observador, Audrey Rocha, luso-descendente e da Associação Portuguesa de Maui, indicou que o condado de Muai autorizou pessoas de Lahaina a regressarem para verem as suas casas, “muitos dos quais queimados, não resta nada”. Tudo desapareceu, acrescenta. “Não resta nada”. Em Lahaina, diz, havia história portuguesa, mas os vestígios desapareceram.