Quase 30 milhões de brasileiros terão sido afetados por um apagão que deixou praticamente todo o país sem eletricidade esta terça-feira. A falha foi reportada por volta das 8h30 da manhã (12h30 em Lisboa), tendo afetado todos os estados com exceção de Roraima — que não faz parte do sistema integrado de energia nacional.

O ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, confirmou na noite desta terça-feira que quase 29 milhões de brasileiros terão sido afetados pela interrupção. “Mais ou menos um terço dos consumidores brasileiros foram atingidos. Nós temos entre 85 milhões a 90 milhões de consumidores, portanto uma média de 27 a 29 milhões de brasileiros tiveram essa interrupção momentânea de energia”, afirmou, segundo o G1.

O ministro anunciou também que contactou o Ministério da Justiça para que a Polícia Federal investigue para “apurar eventuais dolos”. Isso porque, esclareceu Silveira, o incidente terá tido origem em dois “eventos” — um no Ceará e outro em localização ainda por apurar — que podem ter sido fruto “de ação humana”.

“Os dados técnicos serão divulgados no momento adequado. Serão divulgados nas próximas 48 horas”, garantiu, não adiantando mais pormenores sobre a causa do apagão.

Ao longo da manhã, os efeitos do incidente fizeram-se sentir por todo o país. Os sistemas de metropolitano das cidades de São Paulo, Belo Horizonte e Salvador deixaram de funcionar. Nesta última, os passageiros que estavam a bordo tiveram de sair das carruagens e caminhar a pé pelos carris.

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Em várias partes do Brasil houve problemas no trânsito automóvel, por causa das falhas dos semáforos, revela o G1. Em Pará e Amapá, a falta de eletricidade afetou também a rede de abastecimento de água.

O vice-presidente Geraldo Alckmin, que está atualmente em exercício dos poderes da presidência devido à ausência de Lula da Silva (que está no Paraguai), garantiu quatro horas depois que o problema seria resolvido em breve. ”Centro-Oeste, Sul e Sudeste, 100% normalizados. Nordeste mais de 80% normalizado. Região Norte, 40%, mas está indo bem. Se não houver factos subsequentes, em poucas horas pode estar recuperado o fornecimento”, disse, de acordo com O Estado de S. Paulo.

Este acabaria por ser reposto na quase totalidade seis horas depois do início do apagão, por volta das 14h30 (18h30 em Lisboa).

Apesar disso, as críticas políticas já surgiram. O presidente do partido Progressistas, Ciro Nogueira (ex-ministro de Jair Bolsonaro), aproveitou o momento para comparar o atual “apagão” ao “apagão” político que se diz sentir no Brasil desde que Lula da Silva tomou posse. “Governo do Apagão!”, escreveu no Twitter.

Também Ciro Gomes, ex-candidato à presidência do PDT, criticou Lula e o PT por terem privatizado a Eletrobras, a holding que coordena várias distribuidoras regionais. “Uma das maiores irresponsabilidades que já se praticou no Brasil”, afirmou.