A Petrobras, estatal brasileira de petróleo, vê potencial para continuar produzindo petróleo por três ou quatro décadas, disse esta terça-feira o diretor de Exploração e Produção da empresa, Joelson Falcão Mendes.
“Nossa indústria é de longo prazo. Pretendemos continuar produzindo petróleo dentro de duas, três ou quatro décadas”, disse Mendes, num painel na 24.ª Assembleia Anual do Santander, fórum económico organizado pelo Banco Santander em São Paulo.
O diretor da petrolífera brasileira explicou que as novas tecnologias de redução de emissões poluentes vão permitir à empresa continuar a vender petróleo “descarbonizado” no mercado internacional nos próximos anos.
Para contribuir com essa descarbonização, Mendes explicou que a Petrobras está trabalhando em novas tecnologias que reduzirão as emissões de metano e dióxido de carbono de seus combustíveis fósseis.
Da mesma forma, a estatal pretende continuar investindo em exploração para expandir suas reservas provadas nos próximos anos, que segundo o diretor da Petrobras devem crescer acima dos níveis de produção de petróleo bruto na próxima década.
A Petrobras tem reservas provadas de 10,5 mil milhões de barris de óleo equivalente e uma produção diária de cerca de 2,6 milhões de barris.
Para aumentar as reservas, destacou, será necessário que a Petrobras consiga explorar novos horizontes petrolíferos, entre os quais citou a Margem Equatorial, região localizada no norte do Brasil, cuja exploração causa polémica por sua proximidade com a foz do rio Amazonas.
Mendes antecipou que, na próxima década, a empresa espera que a sua produção seja suportada por um mix de fontes de energia, que além do petróleo é constituído por outras renováveis , como a eólica, solar, biocombustíveis e hidrogénio verde.
A 24.ª Assembleia Anual do Santander é um fórum de dois dias que reúne autoridades brasileiras e líderes empresariais até quarta-feira, que se reúnem para discutir as perspetivas económicas do Brasil para os próximos anos.
Entre outras autoridades, participam o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, e o presidente do Banco Central brasileiro, Roberto Campos Neto.